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segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

A origem da celebração do Natal, do Papai Noel e da Árvore de Natal

As festas de Natal
O dia 25 de dezembro, ou este período, que corresponde ao Solstício de Inverno no Hemisfério Norte e ao Solstício de Verão no Hemisfério Sul, já é celebrado a milhares de anos por inúmeras culturas. Falaremos aqui mais especificamente das festividades de inverno, pois nesse período, a luz do sol aumenta e os dias passam a ser mais longos. Nossos ancestrais caçadores passavam a maior parte do tempo ao ar livre. Assim, as estações e o clima eram tão importantes em suas vidas a ponto de o sol ser um deus. Por exemplo, os povos nórdicos viam o sol como a roda que mudava as estações. Os romanos também tinham suas festas para marcar o solstício de inverno: a partir de 17 de dezembro, a Saturnália (dedicada ao deus Saturno) que durava sete dias, era uma época em que as regras da vida cotidiana foram derrubadas. O homem se vestia de mulher e o patrão se fazia passar por criado. O festival também incluía desfiles, decoração das casas, iluminação de velas e entrega de presentes. Além da Saturnália, os romanos tinham outra celebração importante: o "Nascimento do Sol Invicto ou Invencível" (Natalis Solis Invicti) era celebrado todo dia 25 de dezembro, segundo várias fontes da época romana. Outro exemplo: no festival germânico de Yule, que marca o solstício de inverno e o nascimento do Deus Sol, tinha-se banquetes e festas, e os druidas realizavam um festival de solstício com duração de dois dias em que velas eram acesas e decorava-se as casas com azevinho e visco.
Os evangelhos não mencionam a data do nascimento de Jesus. Foi só no século 4 que o Papa Júlio 1º estabeleceu o dia 25 de dezembro como o dia de Natal. Era uma tentativa de cristianizar as celebrações pagãs que já eram realizadas nessa época do ano. No ano de 449, o Papa Leão 1º fixou a data para a comemoração do nascimento de Jesus como uma das principais festas da Igreja Católica e, finalmente, o Imperador Justiniano em 529 a declarou feriado oficial do império. Até o século 19, a data não era uma celebração familiar, era comum as pessoas beberem e saírem comemorando pelas ruas. A festa costumava ser com tantos excessos que de meados do século 17 até o início do século 18, os puritanos cristãos proibiram as festas natalinas na Europa e no continente americano. O Parlamento britânico proibiu o Natal em 1644, restaurando-o apenas em 1660. Em Boston, também proibiram a festa entre 1659 e 1681.

A Árvore de Natal
O costume de enfeitar árvores é mais antigo que o próprio Natal. Já antes de Cristo praticamente todas as culturas e religiões pagãs usavam enfeites em árvores para celebrarem a fertilidade da natureza. Por ocasião do solstício de inverno, os povos germânicos colocavam galhos de pinheiro nas suas casas e aldeias com o objetivo de protegê-las contra os maus espíritos no inverno, na Província de Bohuslän, na costa oeste da Suécia, e na província vizinha de Østfold, na Noruega foram encontradas gravuras rupestres que retratam árvores sempre-verdes. Arqueólogos dizem que muitas dessas gravuras encontradas nas rochas foram feitas por volta de 1800 até 500 AEC. Os romanos, na Saturnália, enfeitavam as árvores em honra de Saturno, que era o seu deus da agricultura. No Egito era costume, no solstício de Inverno, trazerem ramos verdes para dentro das casas, como forma de celebrar a vitória da vida sobre a morte.
Existem muitas histórias de início desta prática ligada ao Natal no final do século 15 e pelo século 16, principalmente na Alemanha. Ao longo dos séculos 17 e 18 o hábito de enfeitar árvores vai se espalhando de cidade para cidade. Em 1774 Goethe, por exemplo, menciona a Árvore de Natal em um de seus livros. Os enfeites mudaram muito ao decorrer do tempo, de frutas e nozes, aos atuais milhares de tipos de enfeites e luzes, passando pelas clássicas bolas de vidro, que remontam ao século 19. Se há alguma dúvida sobre o ano e local exato do seu surgimento, o que podemos constatar é que a tradição da árvore de Natal tem origem e se disseminou pelo mundo com o povo alemão, mas foi só durante o século 19 que a árvore de Natal se difundiu pelo resto do mundo, muito graças à contribuição da monarquia britânica. O príncipe Albert, o marido de origem alemã da rainha Vitória, montou uma Árvore de Natal no palácio real britânico. Nos países católicos a Árvore de Natal teve sua adesão mais demorada, por se tratar de um costume pagão, só vindo a ser mais popular no século 20 e somente na metade do século 20 a igreja Católica começa a permiti-la nas igrejas.

O Papai Noel
Uma das figuras mais populares do Natal moderno é o Papai Noel, o velhinho de barriga redonda e barba branca, que conduz um trenó puxado por renas, para entregar presentes a crianças boazinhas no mundo todo. Algumas tradições ao redor do Papai Noel também precedem o cristianismo. Seu trenó, puxado por renas, vem da mitologia escandinava. A prática de deixar tortas (ou biscoitos) e leite ou conhaque para o Papai Noel pode ser remanescente de sacrifícios pagãos que marcavam a chegada da primavera.
A origem do Papai Noel é bem controversa e tem muitas reviravoltas, idas e vindas, umas mais antigas outras bem novas, algumas lendas, algumas tradições antigas entre outras coisas.
Na Europa antiga existiam muitas tradições na época de inverno, com intenção de amenizar o frio e a falta de comida, é neste contexto que surge a lenda do “Velho Inverno”, um senhor que batia na casa das pessoas pedindo por comida e bebida. Segundo o mito, quem o atendesse com generosidade desfrutaria de um inverno mais ameno. A associação entre o Velho Inverno e São Nicolau apareceu muitas décadas depois. São Nicolau era um bispo que tinha o hábito de ajudar as pessoas pobres. Uma das histórias conta que o bispo colocava um saco com moedas próximo à chaminé da casa de quem seria beneficiado. Outra das histórias conta que costumava entregar anonimamente sacos de ouro para um homem que não tinha dinheiro para pagar o dote de casamento de sua filha. Ele viveu entre os séculos 3 e 4 na região da Ásia Menor, atual Turquia. Devido à sua generosidade e aos milagres atribuídos a ele, foi canonizado pela Igreja Católica. Uma coisa interessante a se dizer é que antes do século 19, o bom velhinho era descrito como montando um cavalo, e não em um trenó. Isso, entre outras coisas, o relaciona com Odin, também conhecido como Wotan, que era o principal deus dos germânicos e era representado como idoso, grisalho e barbudo. As tradições germânicas colocam Odin como o responsável por entregar presentes para as pessoas durante o Yule, eles acreditavam que Odin deslocava-se em um cavalo de oito patas, chamado Sleipnir que era capaz de correr em qualquer superfície e mesmo entre os mundos da cosmologia nórdica. Falando mais sobre as semelhanças entre Odin e Papai Noel, fica claro que Odin está muito presente nas festividades pagãs de dezembro, pois a palavra “Yule” tem origem em “Jól” (palavra do Nórdico Antigo) e a palavra “Jólnir” (que é um dos muitos nomes de Odin) significa “Mestre do Yule” ou “o pai Yule”. Segundo a lenda atual, Papai Noel vive no polo norte, e a Escandinávia fica bem ao norte, com boa parte dentro do círculo polar, e era um local onde Odin era cultuado.
O Papai Noel começou a tomar a forma atual em meados do século 19 que era retratado de variadas formas e a partir daí começou a ser o velhinho com barriga protuberante e sua grande barba branca, apesar de algumas destas características serem mais antigas, mas suas vestes eram das mais variadas cores, verde, azul, vermelha, marrom etc. Mas a partir da década de 1930 após uma campanha da Coca-Cola ele passou a ser representado sempre de vermelho.
Referências
A ORIGEM DAS COISAS. A Origem da Árvore de Natal. A Origem das Coisas. Disponivel em: <https://origemdascoisas.com/a-origem-da-arvore-de-natal/>. Acesso em: 19 dezembro 2022.
BBC NEWS BRASIL. A história e as curiosidades do Natal, desde evangelhos e tradições pagãs até o Papai Noel. BBC News Brasil, 24 dezembro 2017. Disponivel em: <https://www.bbc.com/portuguese/internacional-42404714>. Acesso em: 19 dezembro 2022.
BBC NEWS BRASIL. O que era a Saturnália, rito romano pagão ao qual se atribui a verdadeira origem da celebração do Natal. O que era a Saturnália, rito romano pagão ao qual se atribui a verdadeira origem da celebração do Natal, 25 dezembro 2021. Disponivel em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-59791561>. Acesso em: 19 dezembro 2022.
BLAKEMORE, E. Como o Natal evoluiu ao longo dos séculos. National Geographic Brasil, 24 dezembro 2021. Disponivel em: <https://www.nationalgeographicbrasil.com/cultura/2021/12/como-o-natal-evoluiu-ao-longo-dos-seculos>. Acesso em: 19 dezembro 2022.
EIROA, C. Solstício de inverno acontece hoje e remete às comemorações de Natal. UNIVERSA UOL, 21 junho 2021. Disponivel em: <https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2021/06/21/solsticio-de-inverno-acontece-hoje-e-remete-as-comemoracoes-de-natal.htm>. Acesso em: 19 dezembro 2022.
HISTORIA DO MUNDO. A origem do Papai Noel. Historia do Mundo. Disponivel em: <https://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/a-origem-do-papai-noel.htm>. Acesso em: 19 dezembro 2022.
PAGAN. Odin e as semelhanças com Papai Noel. CAMINHO PAGÃO, 19 dezembro 2021. Disponivel em: <http://caminhopagao.com.br/odin-e-as-semelhancas-com-papai-noel/>. Acesso em: 19 dezembro 2022.
SILVA, D. N. HISTÓRIA DO PAPAI NOEL. Escola Kids. Disponivel em: <https://escolakids.uol.com.br/historias/as-origens-historicas-papai-noel.htm>. Acesso em: 19 dezembro 2022.
SIMPLESMENTE BERLIM. A história da árvore de Natal: Como e onde surgiu esta tradição. Simplesmente Berlim. Disponivel em: <https://simplesmenteberlim.com/a-historia-da-arvore-de-natal-como-e-onde-surgiu-esta-tradicao/>. Acesso em: 19 dezembro 2022.
TESTEMUNHAS DE JEOVÁ. https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2021/06/21/solsticio-de-inverno-acontece-hoje-e-remete-as-comemoracoes-de-natal.htm. Testemunhas de Jeová, dezembro 2011. Disponivel em: <https://www.jw.org/pt/biblioteca/revistas/g201112/A-origem-pr%C3%A9-crist%C3%A3-da-%C3%A1rvore-de-natal/>. Acesso em: 19 dezembro 2022.

domingo, 24 de dezembro de 2023

Allat, Deusa Mãe Panssemítica

Allat/Lat/Lt/Allat é uma Deusa Mãe Panssemítica que possui muitas manifestações e era venerada nas antigas civilizações e culturas semíticas, desde a Síria até a Mesopotâmia e da Nabateia até a Arábia. Por exemplo, a Deusa Mesopotâmica Ereshkigal é conhecida como Allatum e, posteriormente, em Hatra, há também a Deusa Cananéia Elat, que era adorada em toda a terra de Canaã. Ela também era reverenciada como 'Ilat pelos fenícios/canaanitas em Cartago, pelos arameus em Palmira e pelos nabateus na Nabateia, além de tribos árabes que vagavam pelos desertos da Arábia. As origens de Allat, conforme conhecemos pelas fontes islâmicas, são desconhecidas, mas Jack Finegan, em "A Arqueologia das Religiões Mundiais", confirma que sua adoração teve origem primeiro na Síria e depois foi adotada pelos árabes no norte da Arábia, espalhando-se a partir daí.

Em Canaã:

A Deusa Elat aparece como um epíteto da Deusa Aserá, embora poucos textos possam sugerir que são diferentes. Textos ugaríticos da Síria revelam que Elat é a Deusa da vida, árvores, fertilidade e maternidade. Ela é a Rainha dos Deuses e consorte do Deus El, o rei dos Deuses. O panteão de divindades que são seus descendentes é chamado de "Filhos de Aserá". Na história da construção do palácio do senhor Baal, ele e a Deusa Anat visitaram a Deusa Aserá e pediram a ela que fosse uma mediadora entre eles e o Deus El para que lhes desse permissão para construir o palácio. Ela então chama sua serva Qadesh Amoro (Amro - dependendo da transliteração) para trazer seus burros (animais sagrados), e juntos partem numa jornada para o palácio do Deus El.

Em Palmira:

Embora se assuma que sua adoração em Palmira fosse menor, já que era venerada apenas no pequeno bairro árabe, evidências sugerem que sua adoração estava incorporada na cultura aramaica. Seu nome não aparece na fórmula árabe (Allat), mas sim (Lt), e os nomes associados a ela geralmente têm origens aramaicas (Shlm-lt), mas às vezes também árabes (Wahab-lt), embora isso seja discutível. A principal evidência é que ela era adorada no Panteão das Divindades Aramaicas de Palmira. Por exemplo, sua estátua foi colocada no templo do grande Deus aramaico (Baalshamin), e a estátua do seu leão (o Leão de Allat, que foi destruído pelo Estado Islâmico, mas depois foi reparado por uma equipe de especialistas poloneses-sírios) também trazia uma inscrição aramaica (Tbarkh Lt mn dlo yeshid dem 'al hougba - Lat abençoará quem não derramar sangue no altar). Aqui, ela também pode ser um epíteto da Deusa Síria Atargatis.

Na Arábia:

É justo supor que os árabes adoravam Allat como sua principal Deusa. Inscrições safaitas e nortearábicas revelam que os árabes a invocavam para quase qualquer ocasião, seja para bênçãos, viagens seguras ou para lamentar seus entes queridos falecidos. Pouco se sabe sobre ela em outras áreas; por exemplo, em Nabateia, é debatível se ela é a mesma que a Deusa Uzaya ou não. Ela também aparece em textos babilônicos, mas a principal desinformação sobre ela é ser filha de Allah, pois não há evidências arqueológicas de que Meca e a Caaba existiam antes dos abássidas. As histórias islâmicas são em grande parte incorretas; por exemplo, segundo historiadores árabes e islâmicos, a origem de Allat era uma pedra branca na qual um judeu costumava sentar e comprimir raízes de plantas enquanto o fazia (o verbo para esse processo em árabe é Yalet - Latt - Latata, que eles confundiram como a raiz da palavra Allat - isso também fortalece a teoria de suas origens na Síria, já que a raiz Lt nas línguas cananeia e aramaica significa Deusa), então os árabes a adoravam. Eles também afirmavam que ela era um homem de Thaqif que morreu e os árabes passaram a adorá-lo.

domingo, 17 de dezembro de 2023

Os pais de Loki


Loki é um personagem fascinante da mitologia nórdica e da cultura pop atual. Ele é o deus da trapaça, do fogo e da magia, que pode mudar de forma e de sexo, e que se alia tanto aos deuses quanto aos gigantes. Mas quem são seus pais biológicos e adotivos? E como eles influenciam sua personalidade e seus atos?

Na mitologia nórdica, Loki é filho de dois gigantes, Fárbauti e Laufey, que vivem em Jötunheim, o reino dos inimigos dos deuses. Fárbauti significa "golpe cruel" e Laufey significa "folha de árvore" ou "agulha". Loki é chamado de Laufeyarson, o filho de Laufey, para destacar sua origem divina, pois sua mãe é considerada uma deusa pelos gigantes, por sua justiça e bondade. Loki tem dois irmãos, Helblindi e Býleistr, mas eles não são muito relevantes nas histórias.

Loki é um ser ambíguo, que não pertence totalmente a nenhum dos dois mundos, Asgard ou Jötunheim. Ele é adotado por Odin, o rei de Asgard, e criado como o irmão de Thor, o deus do trovão. Ele também é casado com Sigyn, a deusa da fidelidade, e tem dois filhos com ela, Narfi e Vali. Ele também tem outros filhos com outras parceiras, como o lobo Fenrir, a serpente Jörmungandr e a deusa do submundo Hel, que nasceram de sua união com a giganta Angrboda.

Loki é responsável por muitas travessuras, mas também por muitos benefícios para os deuses, como a obtenção de artefatos mágicos. 

Na cultura pop atual, Loki é um personagem popular, que aparece em diversas mídias, como quadrinhos, filmes, séries, jogos e livros. Uma das representações mais famosas é a da Marvel, que adapta livremente a mitologia nórdica para o seu universo de super-heróis. Nessa versão, Loki é o filho adotivo de Odin e de Frigga, a rainha de Asgard. Ele é criado como o irmão de Thor, mas tem inveja dele e deseja o trono. Ele é um vilão astuto e poderoso, que usa sua magia e sua manipulação para tentar conquistar os Nove Reinos. Ele também tem um lado mais humano e complexo, que mostra sua lealdade, seu arrependimento e seu senso de humor.

* O seguinte trecho contém spoilers de Deuses Americanos* 

Outra representação interessante é a da série de livros Deuses Americanos, de Neil Gaiman, que explora a ideia de que os deuses antigos estão vivendo nos Estados Unidos, mas estão perdendo força para os novos deuses da tecnologia e do consumo. Nessa história, Loki é um dos personagens principais, que se disfarça de um vigarista chamado Low Key Lyesmith. Ele é o aliado de Wednesday, que é na verdade Odin, e que planeja uma guerra entre os deuses antigos e os novos. Loki é o responsável por enganar e manipular os dois lados, para se beneficiar do caos e da destruição.

Loki é, portanto, um personagem fascinante, que tem uma origem misteriosa e uma personalidade multifacetada. Ele é o deus que desafia as normas, que questiona as autoridades, que cria e destrói. Ele é o deus que representa o conflito, a mudança e a surpresa. Ele é o deus que nos faz rir, temer e admirar. Ele é o deus da trapaça.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Cerimônia de Casamento Celta

As cerimônias de casamento celtas são frequentemente caracterizadas por uma rica tapeçaria de tradições e simbolismos, inspirados na antiga cultura celta. Enquanto as práticas podem variar, aqui estão alguns elementos comumente associados às cerimônias de casamento celtas:

Handfasting (União de Mãos) é um ritual central em casamentos celtas, onde as mãos do casal são amarradas com cordas ou fitas, simbolizando sua união. Isso pode ser feito de várias maneiras, e a amarração pode ser temporária ou permanente.

Os padrões intricados dos nós celtas simbolizam a eternidade e a interconexão da vida. Casais podem trocar anéis gravados com nós celtas como símbolo de seu amor eterno e comprometimento.

O anel Claddagh é um anel tradicional irlandês que representa amor, lealdade e amizade. Ele apresenta um coração segurado por duas mãos com uma coroa no topo. Em uma cerimônia de casamento, o anel pode ser usado como aliança, e a forma como é usado carrega significados diferentes.

Em algumas cerimônias celtas, os casais podem optar por fazer votos enquanto seguram ou colocam as mãos sobre uma pedra de juramento. Essa pedra muitas vezes simboliza o compromisso do casal e pode ser incorporada à cerimônia de várias maneiras.

O conceito de círculos é significativo no simbolismo celta. Casais podem escolher ficar dentro de um círculo durante a cerimônia, representando a natureza cíclica da vida, das estações e do vínculo eterno do casamento.

Cerimônias celtas frequentemente invocam as bênçãos dos quatro elementos - terra, ar, fogo e água - para simbolizar o equilíbrio e a harmonia que o casal busca em sua união.

O derramamento de uma libação, frequentemente uísque ou hidromel, é um ritual em alguns casamentos celtas. Isso pode ser feito como uma oferta aos espíritos, um símbolo de compartilhamento ou uma representação do compromisso do casal um com o outro.

Música e dança celtas tradicionais podem ser incorporadas à cerimônia adicionando um elemento cultural e animado ao evento.

Lembre-se de que as cerimônias de casamento celtas podem ser altamente pessoais, e os casais podem escolher elementos que ressoam com suas próprias crenças e origens. Além disso, interpretações modernas das cerimônias celtas podem mesclar essas tradições com práticas mais contemporâneas para criar uma experiência única e significativa para o casal.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Heimdallr: O Guardião da Ponte Bifrost e o Fim do Mundo


Na rica mitologia nórdica, Heimdallr emerge como uma figura fascinante, sendo o filho de Odin e proveniente de nove mães, um detalhe singular que ressalta sua natureza divina. Sua incumbência divina é a de guardião da imponente ponte Bifrost, um elo crucial que une Asgard, o sagrado reino dos deuses, ao mundo dos mortais, Midgard.

Dotado de uma formidável gama de habilidades, Heimdallr se destaca como um deus de notável poder. Seus sentidos são aguçados de maneira extraordinária, com visão e audição que transcendem os limites normais. Essa capacidade singular permite-lhe testemunhar e escutar cada acontecimento no vasto mundo que vigia. Além disso, ele não é apenas um observador divino, mas também um guerreiro habilidoso, destinado a desempenhar um papel preeminente no Ragnarök, o cataclísmico evento que representa o fim do mundo na mitologia nórdica.

Heimdallr, assim, personifica a fusão única de poderes divinos, servindo como guardião vigilante e guerreiro destemido em um intricado tecido de mitos que envolvem os reinos divinos e o destino iminente de todas as coisas.

A Educação de Heimdallr pelos Norns

Heimdallr, originário da planície de Idavoll, teve sua existência entrelaçada com o destino desde o momento em que três sementes de ouro foram plantadas por Odin. Essas sementes floresceram em uma majestosa árvore que se ergueu como a morada de Heimdallr.

A peculiaridade de sua criação revela-se ainda mais, pois Heimdallr foi moldado e educado pelos Norns, três gigantes sábias cujas decisões regem o destino tanto dos deuses quanto dos mortais. Sob a orientação dessas entidades transcendentais, Heimdallr absorveu profundos ensinamentos sobre o intricado tecido do mundo e seu papel predestinado como guardião da imponente ponte Bifrost.

Cada lição ministrada pelas Norns imbuía Heimdallr com uma compreensão única, preparando-o não apenas para vigiar a passagem entre os reinos, mas também para compreender os fios intricados do destino que tecem a existência de todos. Neste cenário mitológico, a criação e a educação de Heimdallr emergem como partes essenciais de uma narrativa cósmica, onde a influência das Norns e as sementes douradas de Odin entrelaçam o destino do guardião divino.

A missão de Heindallr
Heimdallr, o guardião vigilante da ponte Bifrost, desempenha uma tarefa crucial na mitologia nórdica. Sua missão vai além da simples proteção; ele é encarregado de assegurar que somente aqueles dignos e autorizados possam atravessar a majestosa ponte feita de fogo e luz. Com olhos aguçados, Heimdallr mantém uma vigília constante, garantindo que nenhum perigo escape à sua atenção. Sua dedicação incansável à defesa da Bifrost destaca-se como um símbolo de lealdade e responsabilidade, personificando a essência da proteção divina na cosmologia nórdica.

O Ragnarök
No Ragnarök, o papel crucial de Heimdallr se manifestará de maneira grandiosa. Como o guardião dos deuses, será ele o primeiro a perceber os iminentes passos dos gigantes, assumindo a responsabilidade de soar o chifre Gjallarhorn, cujo som ressoará através dos reinos para alertar os outros deuses sobre o iminente conflito.

A batalha que se desenrolará será uma cena de caos e desolação, impregnada de sangue e destruição. Nesse cenário apocalíptico, numerosos deuses, heroicos em sua natureza divina, encontrarão seu destino final, enfrentando as forças avassaladoras dos gigantes e suas trevas.

No desenlace dessa titânica confrontação, os gigantes serão, por fim, derrotados, mas não sem custos substanciais. O preço pago pela vitória será a destruição de Asgard, a morada celestial dos deuses nórdicos. Assim, mesmo triunfando sobre as forças caóticas, a vitória virá acompanhada da perda de seu divino lar, deixando um rastro de desolação e transformação nos reinos mitológicos.

O legado de Heimdallr

Heimdallr, na mitologia nórdica, desempenha um papel crucial como guardião dos deuses, sendo conhecido por sua dedicação, habilidades guerreiras notáveis e capacidade profética. Sua presença é frequentemente simbolizada como a de um guardião vigilante ou sentinela, destacando sua importância na proteção do reino divino. Além disso, o legado de Heimdallr transcende os tempos antigos, persistindo como um símbolo duradouro de coragem e determinação que ressoa na cultura contemporânea, mantendo viva a herança mitológica nórdica e inspirando admiradores ao redor do mundo.

Resumo

Heimdallr, na mitologia nórdica, é filho de Odin e guardião da ponte Bifrost, conectando Asgard a Midgard. Dotado de sentidos extraordinários, ele é tanto observador divino quanto guerreiro destinado ao Ragnarök, o evento apocalíptico. Criado pelas Norns, sua missão é proteger a Bifrost, alertando os deuses no Ragnarök. A batalha resulta na vitória, mas Asgard é destruída. O legado de Heimdallr perdura como símbolo de coragem, inspirando admiradores e mantendo viva a herança mitológica nórdica.

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Feitiço de Abundância

2 velas pretas

Escreva palavras de poder e runas para prosperidade, saúde, dinheiro, riqueza, ou qualquer coisa que você queira que seja de abundância em sua vida. Todas as noites, começando em um domingo ou quinta-feira, segure as velas firmemente em suas mãos até sentir sua própria energia fluindo através delas. Uma vez que você tenha energizado as velas com sua energia, diga três vezes:

Estas velas me trazem (o que você está pedindo) e de forma alguma isso causará algum mal.

Apague as velas e deixe-as em seu altar até o dia seguinte.

Nota: abundância não se refere apenas a dinheiro. Pode ser uma abundância de amigos, felicidade, carinho, amor, chuva, ou sol...

domingo, 19 de novembro de 2023

dentes de urso na cultura nórdica

Os dentes de ursos eram considerados objetos sagrados pelos vikings, pois representavam a força e a coragem dos ursos, que eram animais respeitados e temidos. Os vikings acreditavam que, ao usar os dentes de ursos como amuletos, eles podiam se conectar com o espírito dos ursos (KARHUNPEIJAISET) e obter seus poderes. Essa crença era parte de uma antiga tradição xamânica, que envolvia rituais de iniciação, sacrifício e transformação.

Um exemplo dessa tradição pode ser encontrado na HRÓLFS SAGA KRAKA, uma saga islandesa do século XIII, que conta a história do rei Hrolf e seus doze campeões. Um deles é Bodvarr, um guerreiro que nasceu com a alma de um urso, pois seu pai matou uma ursa grávida e comeu seu coração. Bodvarr herdou a força e a ferocidade do urso, mas também sua bondade e lealdade. Ele usava um dente de urso como amuleto, que lhe dava proteção e sorte.

A HRÓLFS SAGA KRAKA é uma das muitas obras literárias que preservam os vestígios da cultura pré-cristã dos vikings, que tinha uma forte ligação com a natureza e os animais. Os dentes de ursos como amuletos são um símbolo dessa ligação, que expressa a admiração e o respeito dos vikings pelos ursos, que eram considerados seus parentes espirituais.

Dois pingentes feitos de caninos de urso medieval foram descobertos em Turku, Finlândia. O da esquerda foi encontrado no sítio Suurtori Hjeltin talo em 1989, enquanto o da direita foi descoberto no sítio da Åbo Akademi em 1999 (TMK 20764:1485 e 21816:LU100). A foto é creditada a S. Hukantaival.
Hukantaival, Sonja. (2021). Folk magic in town. Signs of material aspects of magic in archaeological excavations in Turku, Finland. 2-23. 

sábado, 18 de novembro de 2023

Contar às abelhas


Houve um tempo em que quase toda família rural britânica que criava abelhas seguia uma estranha tradição.

Sempre que havia uma morte na família, alguém precisava ir até as colmeias e contar às abelhas sobre a terrível perda que havia ocorrido na família.

Não fazer isso frequentemente resultava em mais perdas, como as abelhas abandonando a colmeia, não produzindo mel suficiente ou até mesmo morrendo.

Tradicionalmente, as abelhas eram mantidas informadas não apenas sobre mortes, mas sobre todos os assuntos importantes da família, incluindo nascimentos, casamentos e ausências prolongadas devido a viagens. Se as abelhas não fossem informadas, acreditava-se que todo tipo de calamidade poderia acontecer. Essa peculiar tradição é conhecida como "contar às abelhas".

A prática de contar às abelhas pode ter suas origens na mitologia celta, que afirmava que as abelhas eram a ligação entre nosso mundo e o mundo espiritual. Então, se você tivesse alguma mensagem que desejasse transmitir a alguém que já havia falecido, tudo o que precisava fazer era contar às abelhas, e elas transmitiriam a mensagem.

A maneira típica de contar às abelhas era o chefe da casa, ou "a boa esposa da casa", ir até as colmeias, bater suavemente para chamar a atenção das abelhas e depois murchar suavemente uma melodia melancólica com a triste notícia.

Pequenos versos se desenvolveram ao longo dos séculos, específicos de uma região em particular. Em Nottinghamshire, a esposa do falecido era ouvida cantando baixinho na frente da colmeia,
“O mestre morreu, mas você não vá; Sua senhora será uma boa senhora para você.”

Na Alemanha, um pareamento semelhante era ouvido,
“Pequena abelha, nosso senhor morreu; Não me deixe na minha angústia.”

Mas a relação entre abelhas e humanos vai além da superstição. É um fato que as abelhas ajudam os humanos a sobreviver. Setenta das cem principais espécies de culturas que alimentam 90% da população humana dependem das abelhas para a polinização.

Sem elas, essas plantas deixariam de existir, assim como todos os animais que se alimentam dessas plantas. Isso pode ter um efeito cascata que se propagaria catastroficamente pela cadeia alimentar.
Perder uma colmeia é muito pior do que perder um suprimento de mel. As consequências são ameaçadoras para a vida.

O ato de contar às abelhas enfatiza essa conexão profunda que os humanos compartilham com os insetos.

Arte: O Amigo das Abelhas, uma pintura de Hans Thoma (1839–1924)

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Svarog

Svarog é uma divindade eslava associada ao céu, à forja celestial, ao pai do sol e do fogo na mitologia eslava. Ele é considerado o deus do céu e um habilidoso ferreiro divino. O culto de Svarozhich, o filho de Svarog, era ligado ao culto do fogo, conforme descrito em ensinamentos russos antigos contra o paganismo. Svarog é comparado a Hephaestus grego em algumas crônicas eslavas.

A adoração a Svarog está relacionada à cremação póstuma, e diversas regiões eslavas reverenciavam Svarozhich Radogost como uma das principais divindades, associando símbolos como cavalos, lanças e um javali gigante, representação zoomórfica do sol. A escassez de informações autênticas sobre Svarog levanta interpretações variadas, sugerindo possíveis conexões linguísticas e culturais.
Ofertas tradicionais a Svarog incluem mingau, tortas, grãos, pão, peixe, leite, produtos lácteos, ovos, pedras preciosas e semipreciosas, e objetos de ferro forjado. Svarog é considerado um patrono para aqueles trabalhadores, criativos e honestos, que preferem ordem e colocam os negócios à frente das emoções pessoais.

Para ganhar o favor de Svarog, busca-se solucionar problemas com criatividade e perspectivas inesperadas. Svarog é associado a pedras como labradorita, simbircite, hessonita, aventurina vermelha, rubelita e topázio vermelho. Acredita-se que ele concede inspiração, criatividade, sucesso profissional, justiça, fama, boa reputação, amor e casamento feliz.
Embora a autenticidade e popularidade do culto a Svarog não sejam consensuais entre os pesquisadores, Svarog é reconhecido como uma figura misteriosa e sua imagem é associada a símbolos de metalurgia e fogo. Ele não é frequentemente mencionado na mitologia eslava sob seu nome direto, e sua representação moderna pode diferir de sua interpretação original. A mitologia eslava também menciona uma deusa do céu, a Donzela do Fogo ou Donzela do Sol, relacionada a Perun e Veles.

A imagem de Svarog permanece envolta em mistério, com interpretações variadas e informações escassas. No entanto, independentemente das incertezas, Svarog é honrado como uma divindade que representa o céu e a forja celestial nas tradições eslavas.

Slava, Svarozhe!

sábado, 11 de novembro de 2023

Deuses do Trovão

Os deuses do trovão são figuras poderosas e fascinantes que aparecem em muitas culturas ao redor do mundo. Eles são responsáveis por controlar as forças da natureza, como raios, trovões e chuvas, e por proteger a humanidade dos inimigos e do mal. Mas você sabia que alguns desses deuses têm uma origem comum em uma cultura antiga que existiu há milhares de anos?

Essa cultura é chamada de Proto-Indo-Europeia, e seus falantes se espalharam por uma vasta área geográfica, desde a Europa até a Índia, levando consigo sua língua, sua religião e sua tecnologia. Eles adoravam um deus supremo do céu, chamado de *Dyḗus Pḥatḗr*, que era o pai dos deuses e dos homens. Ele também era associado ao trovão e à luz, e tinha um filho que era o deus da tempestade, chamado de *Perkwunos*.

*Perkwunos* é o ancestral de muitos deuses do trovão que conhecemos hoje, como o deus hindu **Indra**, o deus nórdico **Thor**, o deus grego **Zeus**, o deus eslavo **Perun** e o deus mesopotâmico **Adad**. Esses deuses têm características e histórias semelhantes, como controlar as tempestades, lutar contra serpentes e usar armas poderosas. Por exemplo, Indra usa um raio chamado *vajra*, Thor usa um martelo chamado *Mjölnir*, Zeus usa um raio chamado *keraunos*, Perun usa um machado chamado *topor* e Adad usa um raio chamado *šimti*.

O legado dos deuses proto-indo-europeus vive até hoje nas mitologias e religiões de seus descendentes, especialmente no hinduísmo e no budismo, que ainda reconhecem Indra como parte de sua fé. Indra é considerado o rei dos deuses e o senhor do céu, e tem um papel importante em muitos textos sagrados, como os Vedas, os Puranas e os Sutras. Ele também é reverenciado como um protetor dos budistas e um guardião de uma das direções do espaço.

Os deuses do trovão nos mostram que podemos encontrar raízes comuns entre culturas diferentes, às vezes em divisões geográficas e culturais amplas que abrangem milhares de quilômetros e bilhões de pessoas. Eles também nos inspiram com sua força, sua coragem e sua bondade, e nos lembram do poder e da beleza da natureza. Eles são, sem dúvida, alguns dos deuses mais impressionantes e influentes da história da humanidade. ⚡

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Frau Holle

No politeísmo germânico, Frau Holle (também conhecida como "Mãe Holle" ou "Mãe Hulda" ou "Velha Mãe Frost") é a Deusa do Inverno, a protetora da agricultura e das artes femininas. O festival de Frau Holda ocorre no meio do inverno, o momento em que os humanos se recolhem dentro de casa para escapar do frio. Pode ser significativo que os Doze Dias de Natal originalmente fossem os "Zwölften" ("os Doze"), que, como o mesmo período no calendário celta, eram um período intercalar durante o qual se acreditava que os mortos vagavam pelo mundo. Os mitos mais conhecidos de Frau Holle foram registrados por Jacob e Wilhelm Grimm na região de Hessen. Há um debate sobre o local exato de Frau Holle nas tradições politeístas germânicas.

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

As Nornis

As Nornas (Nórdico Antigo: norn, plural: nornir) no politeísmo nórdico são seres femininos que governam o destino de deuses e homens, possivelmente uma espécie de dísir (fantasma, espírito ou deidade associada ao destino), e comparáveis às Moirai (também chamadas "As Parcas") no politeísmo helênico. As três Nornas mais importantes são Urðr (Wyrd), Verðandi e Skuld. Além dessas três Nornas, muitas outras chegam quando uma pessoa nasce para determinar seu futuro. Diz-se que as Nornas visitam cada recém-nascido. As Matres e Matrones germânicas, deidades femininas veneradas no Noroeste da Europa e frequentemente retratadas em objetos votivos e altares quase sempre em grupos de três, foram propostas como conectadas às dísir germânicas posteriores, valquírias e Nornas, possivelmente derivando delas. A obra de arte é de um artista desconhecido.

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Víðarr

Nas tradições nórdicas e germânicas, Víðarr (nórdico antigo, possivelmente "governante amplo", às vezes anglicizado como Vidar, Vithar, Vidarr e Vitharr) é um deus entre os Æsir associado à vingança. Víðarr é descrito como filho de Odin e da jötunn Gríðr, e é profetizado que vingará a morte de seu pai matando o lobo Fenrir no Ragnarök, um conflito do qual ele é descrito como sobrevivente. Víðarr é mencionado na Edda Poética, compilada no século XIII a partir de fontes tradicionais anteriores, na Edda em Prosa, escrita no século XIII por Snorri Sturluson, e é interpretado como retratado ao lado de Fenrir na Cruz de Gosforth. No estrofe 17 de Grímnismál, durante as visões de Odin sobre várias moradas dos deuses, ele descreve a residência de Víðarr (aqui anglicizado como "Vidar"):

"Arbustos crescem e a grama alta
amplamente na terra de Vidar
e lá o filho proclama em cima de seu cavalo
que ele está ansioso para vingar seu pai."

Víðarr é mencionado no livro Gylfaginning nos capítulos 29, 51 e 53. No capítulo 29, Víðarr é apresentado pela figura entronizada de Alto como "o deus silencioso" com uma bota grossa, que é quase tão forte quanto o deus Thor, e os deuses contam com ele em tempos de dificuldades imensas.

terça-feira, 7 de novembro de 2023

Hávamál 164 - A Edda Poética


"Agora, os ditos do Altíssimo
são proferidos na sala
pelo bem dos homens,
pelo infortúnio dos trolls,

Salve, tu que falaste!
Salve, tu que sabes!
Salve, vós que escutastes!
Use, tu que aprendeste!"

Halloween e Samhaim explicados

O Halloween é um festival cristão de origem inglesa, também conhecido como a "véspera dos Santos". A palavra "Hallow" significa sagrado ou santo. Essa celebração ocorre na noite de 31 de outubro, estendendo-se até 1º de novembro, que é o Dia de Todos os Santos, e continua até 2 de novembro, o Dia de Todos os Fiéis Falecidos. Acredita-se que tenha começado por influência de Alcuin, um monge de Northumberland. A data é fixa no calendário litúrgico da Igreja e é observada tanto no Hemisfério Norte quanto no Sul.

A primeira evidência da celebração em 1º de novembro e da expansão do festival para incluir todos os santos e mártires ocorreu durante o reinado do Papa Gregório III (731-741), que dedicou uma capela em São Pedro, em Roma, em 1º de novembro, em honra de todos os santos.

Em 800, o Dia de Todos os Santos foi celebrado por Alcuin em 1º de novembro e também apareceu em um calendário inglês do século IX nesse dia. Em 837, o Papa Gregório IV ordenou sua observância geral. Na Inglaterra medieval, o festival era conhecido como All Hallows, e sua véspera é ainda chamada de Halloween. O período de 31 de outubro a 2 de novembro (Dia de Todos os Fiéis Falecidos) é às vezes chamado de Allhallowtide.

Samhain marca o meio do período entre o Equinócio de Outono e o Solstício de Inverno, ambos os quais variam em relação ao calendário moderno devido ao efeito do "Ano Bissexto". Com 5400 anos de história, o Samhain está alinhado com o nascer do sol em uma série de cairns com câmaras no Vale do Boyne. Portanto, o Samhain também varia e só pode ocorrer entre 3 e 7 de novembro. Em 2023, o Samhain ocorre em 7 de novembro no Hemisfério Norte e em 5 de maio no Hemisfério Sul, ao sul do Equador.

O Halloween, como observado por Lar Dooley, é uma celebração de três dias. O Halloween é o dia de preparação para honrar os mortos, 1º de novembro é o dia para honrar as pessoas que amamos e contar suas histórias, e 2 de novembro é para rezar pelos esquecidos e perdidos.

Týr

Em religiões nórdicas e germânicas, Tyr, Tíw (em Old English), e Ziu (em Old High German) é o deus da guerra e o deus padroeiro da justiça, além de ser o deus do combate e da glória heróica. De acordo com a Edda, em certo momento, os deuses decidiram acorrentar o lobo Fenrir, mas a fera quebrou todas as correntes colocadas nele. Eventualmente, eles tiveram os anões criar para eles uma fita mágica chamada Gleipnir, feita de itens como a barba de uma mulher e raízes de montanha. No entanto, Fenrir percebeu o engano dos deuses e se recusou a ser amarrado por ela, a menos que um deles colocasse a mão na boca do lobo. Tyr, conhecido por sua grande coragem, concordou, e os outros deuses amarraram o lobo. Fenrir percebeu que havia sido enganado e mordeu a mão do deus. Fenrir permanecerá acorrentado até o dia do Ragnarök. Como resultado desse ato, Tyr é chamado de "O Deixado pelo Lobo". De acordo com a versão em prosa do Ragnarok, Tyr está destinado a matar e ser morto por Garm, o cão de guarda do reino de Hel. No entanto, nas duas versões poéticas do Ragnarok, ele não é mencionado, a menos que se acredite que ele seja o "Poderoso".

Oração a Cernunnos

EU FAÇO ESTA ORAÇÃO AO VELHO, AO SENHOR DA CAÇA, AO SELVAGEM, DANÇANTE, TRAVESSO MASCULINO, ÀQUELE QUE NASCE NO INVERNO E MORRE COM AS FOLHAS, AO GUIA DA ALMA E CAMINHEIRO

CERNUNNOS, GUIE MINHA FLECHA COM PRECISÃO

PREENCHA-ME DE VIRILIDADE PARA QUE EU POSSA PERMANECER FORTE E ORGULHOSO, VIAJAR LONGE E DORMIR BEM, MONTAR COM INTENSIDADE, CANTAR ALTO E BEBER PROFUNDAMENTE DE TUDO O QUE ESTÁ DIANTE DE MIM.

Gatos na Bifröst

Leia até o final.

"Todos os pequenos espíritos de gatos começaram a cruzar o Bifröst, a ponte do arco-íris, quando um deles olhou para trás e viu alguns espíritos de gatos deitados do outro lado da ponte, sem se moverem.

"Quem são eles?" ele perguntou ao gato ao lado dele.

"Oh, você não sabe que são os espíritos que não tiveram dono na vida e não conheceram o amor como nós conhecemos."

"Então por que eles estão deitados lá?" ele perguntou. "Por que eles não cruzam como nós?"

"Eles não podem", respondeu seu novo amigo. "Apenas aqueles que tiveram donos podem cruzar."

Nesse momento, todos os espíritos felinos do outro lado da ponte se sentaram e olharam para a estrada.

"O que está acontecendo?" perguntou o pequeno gato. "Assista!" respondeu seu amigo.

Uma mulher foi vista caminhando em direção ao Bifröst. Ela olhou para a esquerda e depois para a direita, abriu os braços largos e todos os espíritos pacientemente esperando se levantaram e foram até ela.

Ela se ajoelhou e tocou cada espírito por sua vez.

Então todos atravessaram a Ponte do Bifröst juntos.

"Quem é essa?" ele perguntou ao seu amigo.

"Ela é alguém especial", respondeu seu amigo. "Ela é Freyja." 🐈🐈‍⬛🐈

- Autor desconhecido

Thor

Thor Fights Jormungand de 1930 por Charles E. Brock. 

No politeísmo nórdico e germânico, Thor (nórdico antigo Þórr) é um deus que empunha um martelo associado ao trovão, relâmpagos, tempestades, carvalhos, força, proteção da humanidade, além de purificação, cura e fertilidade. A divindade cognata nas tradições germânicas mais amplas e no paganismo é conhecida em inglês antigo como Þunor e em alto alemão antigo como Donar (rúnico þonar ᚦᛟᚾᚨᚱ), derivando de um germânico comum *Þunraz (que significa "trovão"). Thor é um deus proeminente ao longo da história registrada dos povos germânicos, desde a ocupação romana de regiões da Germânia, até as expansões tribais do Período das Migrações, até sua grande popularidade durante a Era Viking, quando, diante do processo de cristianização da Escandinávia, emblemas de seu martelo, Mjölnir, eram usados em desafio, e nomes pessoais pagãos nórdicos que continham o nome do deus testemunham sua popularidade. Até o período moderno, Thor continua a ser adorado em Ásatrú, Heathanismo e outras tradições. Thor é o marido da deusa de cabelos dourados Sif, é amante da jötunn Járnsaxa e geralmente é descrito como de olhos ferozes, cabelos e barba vermelhos. Thor tem dois servos, Þjálfi e Röskva, viaja em um carro puxado por dois bodes, Tanngrisnir e Tanngnjóstr, e possui três moradias (Bilskirnir, Þrúðheimr e Þrúðvangr). Thor empunha o martelo que esmaga montanhas, Mjölnir, usa o cinto Megingjörð e as luvas de ferro Járngreipr, e possui o cajado Gríðarvölr. As façanhas de Thor, incluindo seu implacável extermínio de seus inimigos e suas ferozes batalhas com a serpente monstruosa Jörmungandr - e suas mortes mútuas previstas durante os eventos de Ragnarök - são registradas em fontes do politeísmo nórdico.

Frey e Freyja

Freyr e Freyja chegam em Asgard por C.E. Brock

Freyr ou Frey é um dos deuses mais importantes da religião nórdica. O nome é conjecturado como derivado do Proto-Nórdico *frawjaz, "senhor". Freyr está associado à realeza sacral, virilidade e prosperidade, ao sol e ao bom tempo, e é retratado como um deus da fertilidade fálico. Freyr "concede paz e prazer aos mortais" e também está associado à sexualidade. Freyr, às vezes referido como Yngvi-Freyr, é especialmente associado à Suécia e é visto como um ancestral da casa real sueca. Nos livros islandeses da Edda Poética e da Edda em Prosa, Freyr é apresentado como um dos Vanir, filho do deus do mar Njörðr e irmão gêmeo da deusa Freyja. Os deuses lhe deram Álfheimr, o reino dos Elfos, como presente de dentição. Ele cavalga o javali feito pelos anões Gullinbursti e possui o navio Skíðblaðnir, que sempre tem uma brisa favorável e pode ser dobrado e carregado em uma bolsa quando não está em uso. Ele tem os servos Skírnir, Byggvir e Beyla. O mito mais extenso que sobrevive sobre Freyr relata seu amor pela jötunn feminina Gerðr. Eventualmente, ela se torna sua esposa, mas primeiro Freyr tem que dar sua espada mágica que luta por conta própria "se sábio for aquele que a empunha". Embora privado dessa arma, Freyr derrota o jötunn Beli com uma asta. No entanto, sem sua espada, Freyr será morto pelo jötunn do fogo Surtr durante os eventos de Ragnarök.

No politeísmo nórdico e germânico, Freyja é uma deusa associada ao amor, sexualidade, beleza, fertilidade, ouro, seiðr, guerra e morte. Freyja é a dona do colar Brísingamen, viaja em uma carruagem puxada por dois gatos, mantém o javali Hildisvíni a seu lado, possui um manto de penas de falcão e, com seu marido Óðr, é mãe de duas filhas, Hnoss e Gersemi. Junto com seu irmão Freyr (antigo nórdico o "Senhor"), seu pai Njörðr e sua mãe (irmã de Njörðr, sem nome nas fontes), ela é membro dos Vanir. Freyja governa seu campo celestial pós-vida Fólkvangr e recebe metade daqueles que morrem em batalha, enquanto a outra metade vai para o salão do deus Odin, Valhalla. Dentro de Fólkvangr está seu salão, Sessrúmnir. Freyja ajuda outros deuses permitindo que eles usem seu manto de penas, é invocada em assuntos de fertilidade e amor, e é frequentemente buscada por poderosos jötnar que desejam fazê-la sua esposa. O marido de Freyja, o deus Óðr, está frequentemente ausente. Ela chora lágrimas de ouro vermelho por ele e o procura sob nomes assumidos. Freyja tem inúmeros nomes, incluindo Gefn, Hörn, Mardöll, Sýr, Valfreyja e Vanadís.

SEU NÚMERO DE NASCIMENTO

Assim que descobrir o seu Número de Nascimento, coloque-o como um comentário abaixo e nos diga se a descrição condiz com o que você pensa sobre a sua personalidade. Isso será interessante.

Abençoadas sejam as Bruxas!

Sua data de nascimento descreve quem somos, no que somos bons e quais são nossas habilidades inatas. Também aponta para o que temos a aprender e os desafios que enfrentamos.

Para descobrir o seu Número de Nascimento, some todos os números da data de nascimento juntos, como no exemplo, até que reste apenas um dígito. Um Número de Nascimento não impede que você seja o que quiser ser, apenas dará uma cor diferente à sua escolha e fornecerá algumas ideias.

Exemplo:
20 de março de 1950
3 + 20 + 1950 = 1973
1 + 9 + 7 + 3 = 20
2 + 0 = 2

Continue até obter um número de um único dígito. 2 é o Número de Nascimento a ser lido no exemplo.

#1 O ORIGINADOR
#2 O PACIFICADOR
#3 A VIDA DA FESTA
#4 O CONSERVADOR
#5 O NÃO CONFORMISTA
#6 O ROMÂNTICO
#7 O INTELECTUAL
#8 O CHEFÃO
#9 O ARTISTA

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# 1 - O ORIGINADOR

Os 1 são originais. Ter ideias novas e executá-las é natural para eles. Ter as coisas do seu jeito é outra característica que os torna teimosos e arrogantes. Os 1 são extremamente honestos e se sairiam bem em aprender algumas habilidades diplomáticas. Gostam de tomar a iniciativa e muitas vezes são líderes ou chefes, pois gostam de ser os melhores. Ser autônomo é definitivamente útil para eles. Lição a aprender: As ideias dos outros podem ser tão boas ou melhores, e é importante manter a mente aberta.

Famosos 1: Tom Hanks, Robert Redford, Hulk Hogan, Carol Burnett, Wynona Judd, Nancy Reagan, Raquel Welch.

#2 - O PACIFICADOR

Os 2 são diplomatas natos. Eles estão cientes das necessidades e humores dos outros e muitas vezes pensam nos outros antes de si mesmos. Naturalmente analíticos e muito intuitivos, não gostam de ficar sozinhos. A amizade e a companhia são muito importantes e podem levá-los ao sucesso na vida, mas, por outro lado, prefeririam estar sozinhos a estar em um relacionamento desconfortável. Sendo naturalmente tímidos, devem aprender a aumentar a autoestima, expressar-se livremente e aproveitar o momento sem adiar as coisas.

Famosos 2: Presidente Bill Clinton, Madonna, Whoopi Goldberg, Thomas Edison, Wolfgang Amadeus Mozart.

# 3 - A VIDA DA FESTA

Os 3 são idealistas. São muito criativos, sociais, encantadores, românticos e descontraídos. Começam muitas coisas, mas nem sempre as concluem. Gostam de ver os outros felizes e fazem grandes esforços para alcançar isso. São muito populares e idealistas. Deveriam aprender a ver o mundo de um ponto de vista mais realista.

Famosos 3: Alan Alda, Ann Landers, Bill Cosby, Melanie Griffith, Salvador Dalí, Jodie Foster.

# 4 - O CONSERVADOR

Os 4 são sensatos e tradicionais. Gostam de ordem e rotina. Só agem quando entendem completamente o que se espera deles. Gostam de sujar as mãos e trabalhar duro. Sentem afinidade com a natureza e são atraídos pelo ar livre. Estão dispostos a esperar e podem ser teimosos e persistentes. Deveriam aprender a ser mais flexíveis e a serem gentis consigo mesmos.

Famosos 4: Neil Diamond, Margaret Thatcher, Arnold Schwarzenegger, Tina Turner, Paul Hogan, Oprah Winfrey.

# 5 - O NÃO CONFORMISTA

Os 5 são exploradores. Sua curiosidade natural, propensão ao risco e entusiasmo muitas vezes os metem em apuros. Precisam de diversidade e não gostam de ficar presos na mesmice. O mundo inteiro é sua escola e veem oportunidades de aprendizado em cada situação. As perguntas nunca param. É aconselhável que olhem antes de agir e se certifiquem de ter todos os fatos antes de tirar conclusões.

Famosos 5: Abraham Lincoln, Charlotte Brontë, Jessica Walter, Vincent Van Gogh, Bette Midler, Helen Keller e Mark Hail.

# 6 - O ROMÂNTICO

Os 6 são idealistas e precisam se sentir úteis para serem felizes. Uma forte conexão com a família é importante para eles. Suas ações influenciam suas decisões. Têm um forte desejo de cuidar dos outros e ajudar. São muito leais e fazem ótimos professores. Gostam de arte ou música. São amigos leais que levam a amizade a sério. Deveriam aprender a diferenciar o que podem mudar do que não podem.

Famosos 6: Albert Einstein, Jane Seymour, John Denver, Meryl Streep, Christopher Columbus, Goldie Hawn.

#7 - O INTELECTUAL

Os 7 são buscadores. Sempre investigam informações ocultas e acham difícil aceitar as coisas de forma superficial. As emoções não influenciam suas decisões. Questionam tudo na vida e não gostam de ser questionados. Nunca começam rapidamente, e seu lema é devagar e constante vence a corrida. São vistos como filósofos, muito conhecedores e, às vezes, como solitários. Têm inclinação técnica e são ótimos pesquisadores em busca de informações. Gostam de segredos. Vivem em seu próprio mundo e devem aprender o que é aceitável e o que não é no mundo em geral.

Famosos 7: William Shakespeare, Lucille Ball, Michael Jackson, Joan Baez, Princesa Diana.

# 8 - O CHEFÃO

Os 8 são solucionadores de problemas. São profissionais, diretos e objetivos, têm bom julgamento e são decisivos. Têm grandes planos e gostam de viver bem. Assumem o controle das pessoas. Veem as pessoas de forma objetiva. Deixam claro, sem sombra de dúvidas, que são os chefes. Deveriam aprender a basear suas decisões em suas próprias necessidades em vez do que os outros querem.

Famosos 8: Edgar Cayce, Barbara Streisand, George Harrison, Jane Fonda, Pablo Picasso, Aretha Franklin, Nostradamus.

#9 - O ARTISTA

Os 9 são artistas naturais. São muito cuidadosos e generosos, dando o último dólar que têm para ajudar. Com seu charme, não têm problema em fazer amigos, e ninguém é um estranho para eles. Têm tantas personalidades diferentes que as pessoas ao seu redor têm dificuldade em entendê-los. São como camaleões, sempre mudando e se adaptando. Têm uma tremenda sorte, mas também podem sofrer extremos na fortuna e no humor. Para serem bem-sucedidos, precisam construir uma base amorosa.

Não há "famosos 9" listados, ao contrário dos outros números. Não tenho certeza do motivo. Mas é como é. Desculpe, 9.

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Círculo Protetor: Lançar ou Não Lançar?

Não é segredo para muitos praticantes de magia ao redor do mundo que muitas formas de trabalhos mágicos começam com o lançamento de um círculo ritual e terminam com a remoção dele. A tradição de lançar um círculo é de fato muito antiga e é comumente retratada na cultura popular. No entanto, algumas pessoas estão se perguntando se isso é necessário. Para que serve esse círculo e por que perder tempo lançando e removendo-o no início e no final de cada ritual? Vamos entender isso.

Para compreender melhor a ideia de um círculo mágico, é preciso reconhecer o conceito de espaço sagrado - um espaço limpo e seguro para ser usado na magia. No passado, um santuário pagão, um altar doméstico ou um santuário sagrado eram exemplos perfeitos de tais espaços. Outros exemplos de lugares sagrados incluíam locais de sepultamento, que, de acordo com a tradição, eram cuidadosamente selecionados, purificados e abençoados antes de serem usados para enterros, construções de moradias humanas acompanhadas de uma série de rituais, pontes e círculos formados com pedras. Todos esses espaços eram considerados lugares de poder devido à especificidade de sua construção e caráter ritualístico atribuído a eles. Hoje em dia, o aspecto ritualístico de muitos desses lugares é infelizmente esquecido, mas nem tudo está perdido, pois lançar um círculo protetor faria isso por nós - transformaria qualquer espaço comum, mundano e não abençoado em território sagrado, "limpo" e protegido, onde milagres são possíveis e a Alma do praticante está livre para vagar entre os Mundos.

Na cultura tradicional do leste eslavo, o assunto de lançar um círculo protetor sempre foi levantado durante as festas, quando rituais mágicos eram realizados não apenas pelos feiticeiros astutos, mas até por aqueles que estavam participando de rituais pela primeira vez. Uma regra necessária para realizar a adivinhação no inverno era a presença dentro de um espaço seguro de magia - o círculo protetor conhecido nas línguas eslavas como "oberezhnyy krug" ("círculo protetor"), "kolo" ou "khoro" - a última palavra está relacionada ao nome do Deus eslavo do Disco Solar Khors (também conhecido como Kors ou Hors).

O círculo lançado em um ritual serve como divisor entre o mundano e o mágico, uma lente na qual a energia se amplifica e se concentra, e uma barreira para quaisquer energias indesejadas. Os feiticeiros astutos tradicionais geralmente limpavam completamente a área em que o círculo seria lançado - tanto fisicamente quanto espiritualmente. A limpeza antecedia a criação de qualquer coisa sagrada: seja um espaço, um objeto, um animal ou uma pessoa a ser abençoada. Alguns dos métodos tradicionais para limpar uma área ritual incluem varrer no sentido anti-horário e para fora - longe do espaço ritual, carregar uma vela acesa (alguns praticantes a rolam em sal antes de usar) ao redor da sala ou purificar a área com fumaça de ervas e resinas queimadas. Em alguns casos, o local onde ocorreria um ritual também deve ser magicamente protegido - isso é feito pelo ritual de "zacherchivaniye": traçar cruzes em cada porta, janela e parede da sala usando a chama da vela ou uma ferramenta ritual pontiaguda, como uma faca de dois gumes, uma varinha ou um fuso (moradores da aldeia costumavam usar ferramentas grandes e pequenas como um machado, um poker, um suporte de panela ou um pé de cabra, ou então, uma agulha de tricô ou costura, um furador ou um prego de ferro para o mesmo propósito).

Também é digno de nota que o praticante que pretende realizar um ritual deve estar limpo fisicamente e espiritualmente. Os feiticeiros astutos costumavam frequentar um banya (sauna) antes de realizar rituais importantes, ou pelo menos lavavam o rosto e as mãos antes dos rituais menores. O ritual era realizado por um praticante usando roupas limpas (especialmente roupas que apresentavam padrões circulares - mangas ornamentadas, bainhas e golas) e joias que também envolvessem o corpo do praticante em um círculo completo (pulseiras fechadas, colares, contas, anéis, etc.). Os rituais que não envolviam adivinhação também exigiam que o praticante usasse um cinto (um acessório circular que envolvia a cintura do corpo de forma circular, também).

Após toda a área ritual ter sido minuciosamente limpa, purificada e, em alguns casos, protegida, a preparação para o ritual propriamente dito começaria - lembrando que o lançamento e a remoção do círculo mágico frequentemente começam e terminam um ritual tradicional, em alguns casos - a essência do ritual é lançar um círculo: isso é especialmente verdadeiro sobre os rituais de proteção - muitos métodos populares eslavos de proteção envolvem o envolvimento de um animal, pessoa ou área protegida em algum tipo de círculo - pode ser uma cerca ou uma linha, imaginária ou física, uma peça de joia circular, etc.

No processo de lançar um círculo, o praticante normalmente cria três círculos ao redor do espaço que precisa ser protegido e/ou abençoado. A criação e a liberação de um círculo mágico na tradição eslava sempre começam no leste e, na maioria dos casos, seguem o "caminho" do Sol pelo céu, ou seja, seguem no sentido horário. Na tradição espiritual eslava oriental, cada círculo que o praticante faz ao redor de seu espaço ritual ao lançar um círculo tem seu próprio significado. O primeiro círculo estabelece as fronteiras do espaço sagrado; o segundo círculo cria uma conexão entre o praticante e o Divino; o terceiro círculo sela o espaço ritual em uma esfera. Tenho conhecimento de algumas tradições em que os praticantes caminham em três círculos concêntricos, cada um com um diâmetro diferente ao lançar um círculo - no entanto, esse não é o caso na tradição eslava: um praticante eslavo caminha três vezes exatamente na mesma trajetória, seguindo "seus próprios passos". Durante esse processo, a visualização é importante - muitos praticantes imaginam uma chama azul ou vermelha descendo da ponta de sua ferramenta ritual e formando um círculo ao seu redor. A cada círculo subsequente, a chama ao redor do praticante deve subir, até o final do terceiro círculo, quando ela deve se transformar em uma esfera luminosa que fecha com segurança o praticante e seu espaço ritual em todas as direções, incluindo a parte superior e inferior.

As palavras tradicionais que acompanham o lançamento de um círculo são: "Erga-se uma parede, da terra ao céu, de norte a sul, de leste a oeste." Para remover o círculo, o praticante começa no leste novamente, mas agora caminha três vezes no sentido anti-horário, com as palavras: "Caia, uma parede do céu à terra, de sul a norte, de oeste a leste."

As ferramentas usadas para lançar o círculo variam de praticante para praticante. Círculos ao ar livre geralmente são lançados com algum objeto longo e pontiagudo que pode ser arrastado no chão, como um machado, um pé de cabra, uma grade, um bastão, um suporte de panela (um longo bastão de madeira com uma ponta de metal usado por mulheres eslavas orientais para mover panelas do forno), um poker ou uma espada. Ocasionalmente, ouvi falar de cabo de vassoura (não a parte de varrer, mas o próprio cabo) sendo usado para lançar um círculo - novamente, eles são um tanto pontiagudos e podem ser arrastados no chão. Em situações severas, como rituais de exorcismo, a graxa de pinho era usada para traçar um círculo ao ar livre - esse círculo sempre teria uma abertura para o espírito maligno sair. Círculos internos são lançados com a ajuda de objetos menores - esse círculo não precisa ser físico, mas para círculos físicos visíveis, os praticantes tradicionais eslavos usam carvão, giz, conjuntos de 4, 8, 12 ou 20 pedras, ervas secas e em pó e sal (apenas uma dessas opções de cada vez!). Um círculo não físico (invisível) pode ser lançado com qualquer objeto pontiagudo - uma faca de dois gumes, uma varinha, um fuso, uma agulha de tricô ou costura, um prego de ferro, etc. Círculos físicos lançados com pedras envolvem o praticante posicionando as pedras durante a primeira vez que ele caminha em um círculo ao redor do espaço ritual. Na segunda e terceira vez, o praticante caminha sem as pedras. Ao remover esse círculo, o praticante primeiro caminha duas vezes no sentido anti-horário sem as pedras, na terceira vez, ele recolhe as pedras. Muitos praticantes caminham de lado, virados para fora da linha física ou imaginária ao lançar e remover o círculo. Círculos lançados com giz, carvão, erva em pó ou sal geralmente são apagados durante o processo de remoção - ervas ou sal podem ser varridos.

Embora lançar e remover um círculo seja uma parte importante de muitos rituais eslavos, nem todo ritual exige o lançamento de um círculo.

O círculo deve sempre ser lançado:
- Ao realizar a adivinhação.
- Ao capacitar objetos mágicos.
- Ao realizar rituais potencialmente perigosos: rituais com fogo, contatos com o Outro Mundo, contato com espíritos, etc.

O círculo é opcional para lançar:
- Ao realizar um ritual de proteção que já inclui o lançamento de um círculo durante o ritual.
- Ao realizar rituais que exigem que o praticante se mova bastante, especialmente se os movimentos forem circulares de qualquer maneira: exemplos, limpeza ou bênção de uma pessoa, animal ou lugar.
- Ao realizar ações rituais no altar doméstico - o altar doméstico já é um espaço sagrado designado e seguro.
- Ao realizar ações rituais em um santuário designado - santuários tradicionais muitas vezes já incluem algum tipo de círculo mágico ao redor deles, na forma de uma cerca, um círculo de pedra ou uma linha claramente marcada no chão.
- Ao praticar magia gráfica que envolve trabalhar com símbolos tradicionais dos Deuses Eslavos - nesse caso, ativar o campo de energia (que envolve nosso corpo em uma esfera protetora) é suficiente.

Uma variação desse "duplo círculo" - onde no curso do ritual são lançados dois círculos ao redor do espaço ritual - um triplo círculo ao redor da área geral e outro círculo menor apenas no altar existe em muitos rituais de altar: o círculo interno é colocado no sentido anti-horário com as representações dos Quatro Elementos nos chamados Rituais Lunares, no sentido horário ou anti-horário com velas ou fogueiras em Rituais Solares e Rituais de Fogo, e no sentido horário ou anti-horário com a representação de um único Elemento nos Rituais Elementais (rituais baseados em trabalhar com um Elemento específico). Enquanto o círculo "externo" serve principalmente para proteger o espaço sagrado, o círculo "interno" tem como objetivo focar e amplificar as energias convocadas durante o ritual.

Por fim, gostaria de mencionar uma prática curiosa de lançar um círculo ao redor de uma pessoa específica com o objetivo de proteção (não para realizar umritual, mas apenas para proteger alguém de algo negativo). Nesse caso, uma pessoa astuta usa uma ferramenta ritual pontiaguda - uma faca de dois gumes ou de um gume (para proteção mais branda), uma varinha, um fuso, uma agulha, um poker, um prego, etc., e traça dois círculos (primeiro no sentido horário, o segundo no sentido anti-horário) ao redor dos três "reinos" de energia importantes de um ser humano - cabeça, torso (peito ou estômago) e quadris. Um círculo protetor lançado dessa maneira é considerado "móvel", o que significa que a pessoa é livre para ir para onde quiser sem perder sua proteção - um círculo padrão lançado ao redor de um espaço ritual deve ser mantido durante todo o ritual: ninguém deve sair ou entrar no espaço ritual enquanto o círculo estiver lançado, pois fazê-lo o quebraria. Até onde sei, apenas os gatos têm a liberdade de cruzar as fronteiras de espaços sagrados sem destruir sua proteção. Quando uma casa ou outro espaço é rituamente fechado por um círculo para proteção, sempre se deve pedir e obter permissão antes que qualquer pessoa que não faça parte do grupo "protegido" (por exemplo, uma família que mora na casa) possa entrar nessa área - entrar nesse espaço sem permissão enfraqueceria a proteção ao redor do espaço e de seus habitantes.

Espero que tenha encontrado as informações sobre o círculo sagrado nos costumes e rituais eslavos interessantes e úteis.

Atenciosamente, MagPie (também conhecida como Olga Stanton)

Fonte: MagPie's Corner East Slavic Rituals, Witchcraft And Culture no Facebook