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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Resoluções de uma bruxa

Que eu seja como a que tece o pano na floresta, profundamente escondida.
Que eu possa fazer meu trabalho sem interrupção.
Que eu seja uma exilada, se este é o sacrifício.
Que eu conheça a procissão sazonada do meu do meu espírito e do meu corpo, e possa celebrar os quartos em cruz, solstícios e equinócios.
Que cada Lua Cheia me encontre a olhar para cima, nas árvores desenhadas no céu luminoso.
Que eu possa acariciar as flores selvagens, cobri-las com as mãos.
Que eu possa libertá-las, sem apanhar nenhuma para viver em abundância.
Que meus amigos sejam da espécie que ama o silêncio.
Que sejamos inocentes e despretensiosos.
Que eu seja capaz de gratidão.
Que eu saiba ter recebido alegria, como leite materno.
Que eu isso como o meu gato, no sangue e nos ossos.
Que eu fale a verdade sobre a alegria e a dor, em canções que soem como o aroma de alecrim, como todo o dia e na antiguidade, erva forte da cozinha.
Que eu não me incline à auto-integridade e a autopiedade.
Que eu possa me aproximar dos altos trabalhos da terra e dos círculos de pedra, como raposa ou mariposa, e não perturbar o lugar mais que isso.

Que meu olhar seja direto e minha mão firme.
Que minha porta se abra àqueles que habitam fora da riqueza, da fama e do privilégio.
Que os que jamais andaram descalços não encontrem o caminho que chega a minha porta.
Que se percam na jornada labiríntica.
Que eles voltem.
Que eu me sente ao lado do fogo do inverno e veja as chamas brilhando para o que vier, e nunca tenha necessidade de advertir ou aconselhar, sem que peçam.
Que eu possa ter um simples banco de madeira, com regozijo.
Que o lugar onde habito seja coma uma floresta.
Que haja caminhos e veredas para as cavernas e poços e árvores e flores, animais e pássaros, todos conhecidos por mim e reverenciados com amor.
Que minha existência mude o mundo não mais nem menos do que o soprar do vento, ou do orgulhoso crescer das árvores.
Por isso eu jogo fora minha roupa.
Que eu possa conservar minha fé, sempre!
Que jamais encontre desculpas para o oportunismo.
Que eu saiba que não tenho opção, e assim mesmo escolha como a cantiga é feita, em alegria e com amor.
Que eu faça a mesma escolha todos os dias e de novo.
Quando falhar, que eu me conceda o perdão.
Que eu dance nua, sem medo de enfrentar meu próprio reflexo.

Desconheço a Autoria

domingo, 11 de outubro de 2009

PFI Forum


Olá a todos, estive um pouco sumido não é, mas venho agora divulgar um trabalho interessante da PFI - Pagan Federation International (Federação Pagã Internacional) que recentemente colocou seu Fórum no ar, o fórum é em ingles mas existe uma área internacional que conta com uma sala em Português. Acesse http://www.forum.paganfederation.org/ e faça seu cadastro, não precisar ser filiado à PFI.
Aproveite para conhecer o site da PFI-SAM (PFI-América do Sul): http://www.sam.paganfederation.org/

Eu já me cadastrei no fórum

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

MÚSICAS DO TUATHA DE DANNAN

Algumas letras q recebi por email. Se alguem tiver as músicas deixa no comentário ai.

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Behold The Horned King
Tuatha De Danann
Composição: Indisponível

Behold - Behold - Behold the horned king
He who came to join the virgin maiden the young king
The land - The land - Hail our precious land!
He - the young king who comes to bring prosperity to the land

The land have been sleeping for too much time while the cold winter reigns
So Hu Gaddarn will awake and with his powers he shall reign
That's the time - Let us unite - The circle cannot be broken
Their souls will shine - Shine to the sky - Behold the king

Behold - Behold - Behold the horned king
He who came to join the virgin maiden the young king
The land - The land - Hail our precious land!
He - the young king who comes to bring prosperity to the land

Contemple – Contemple – Contemple o rei chifrudo
Ele que veio para acompanhar o jovem rei
A terra – A terra – Salve nossa preciosa terra!
Ele – O jovem rei que vem para trazer prosperidade para nossa
terra

A terra tem estado dormindo por muito tempo
Enquanto o frio inverno reina
Mas Hu Gaddarn vai acordar e com seus poderes ele reinará
Essa é a hora – Vamos nos unir – O circulo não pode ser
quebrado
Suas almas irão brilhar – Brilhar até o céu – Contemple o rei,
contemple!

Contemple – Contemple – Contemple o rei chifrudo
Ele que veio para acompanhar o jovem rei
A terra – A terra – Salve nossa preciosa terra!
Ele – O jovem rei quem vem para trazer prosperidade para nossa
terra
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Beltane
Tuatha De Danann
Composição: Indisponível

We desire to know- how all this begin
The druid's knowledge now is just our past
But the beltane's fire still burn on our veins
We cannot reject our past and our dreams
When the flames of behame shine again on these days
Our blood will run stronger then
The land prosperity is the hands of our queen
When she find again the horned king

They run in the woods to make the oldest dance
The fall of winter rise summer(spring)
Beltane-beltane
You fire light my soul and now i'm waiting again or you
Beltane - beltane
The flames of your fire now is turning on my desire
That is the day- great beautiful day
The both sides- raise your head with pride
Dance in the fire-ecstasyin the woods
Embrance the may queen-insanier fly

The music is over king/ queen around the fire
The fire of beltane is calling us

Beltane...
Beltane...

Nós desejamos saber, como isso tudo começou
O conhecimento Druida agora é apenas nosso passado
Mas a fogo de Beltane continua queimando em nossas veias
Nós não podemos rejeitar nosso passado e nossos sonhos
Quando as chamas de Beltane brilharem novamente nesses dias
Nosso sangue correrá forte então
A prosperidade da terra está nas mãos de nossa Rainha
Quando ela encontrar de novo o Rei Cornudo

Eles correrão na floresta para fazer a mais velha dança
A queda do inverno e ascensão do verão(primavera)
Beltane– Beltane
Seu fogo iluminou minha alma e agora eu espero por você de novo
Beltane –Beltane
As chamas de sua fogueira agora despertam meu desejo
Esse é o dia, grande dia maravilhoso
Com os dois lados, erga sua cabeça com orgulho
Dance na fogueira, êxtase na floresta
Submeta-se ao vôo da Rainha-insana de Maio

A musica acabou, Rei/Rainha em volta da fogueira
A fogueira de Beltane nos chama

Beltane
Beltane
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Battle Song (A MINHA FAVORITA!!!!!!!!!!!!)
Tuatha De Danann
Composição: Indisponível

We're marching on the fields of Moytura
Fighting for the land - We've got on
They have no chance against our swords
Magic in our hands- We'll kill them all

We came from the sky to bring man the wisdom of the times
Guiding by Danú- We shall wonder the land
We have no choice, we must kill these monster(s) of the sea
The ugly Fomorians- and Ballor their King

We have no fear- the battle spirit's in us
Let's sing and show our pride
Ooooooooooooooooooooooooooooooo

This bloody battle will stain the time
We are the Danann- The magical ones
They have no chance against our spells
We'll take their land-Kill them all

The drums are humming horns are screaming- dancing over the blood
The blood of the Formorians -the ugly ones
We'll show the beautiful magic of uncountable times
The mountain king's with us- the magic is done

We have no fear the battle spirit's in us
Let's sing our battle song
Eahhhhhhhhhhhhhhhhhhh

Nós estamos marchando nos campos de Moytura
Lutando pela terra – nós temos vencido
Eles não têm chance contra nossas espadas
Mágicas nas mãos – iremos matar todos eles

Nós viemos do céu para trazer ao homem, a sabedoria dos tempos
Guiados por Danu – nós vamos admirar a terra
Nós não temos escolha, devemos matar estes monstros do mar
O feio Fomorians – e Ballor seu rei

Não temos medo – o espírito de batalha está em nós
Vamos cantar e mostrar nosso orgulho

Esta sangrenta batalha irá manchar o tempo
Nós somos os Danann – os mágicos
Eles não têm chance contra nossas mágicas
Iremos lavá-la até a terra – matá-los todos

As baterias estão sussurrando, chifres estão gritando –
Dançando em cima do sangue
O sangue de fomorians – o feio
Nós iremos mostrar a bonita mágica das vezes incontáveis
A montanha do rei conosco – a mágica está feita

Não temos medo – o espírito de batalha está em nós
Vamos cantar nosso canto de batalha
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The Dance Of The Little Ones
Tuatha De Danann
Composição: Bruno Maia

Far beyond the closed reality
Live the little ones who dance praising the wine
Drinking, eating, singing they twist and shout
Look away from the fairy people undergroud

Looking for happiness, they love the woods and trees
Rolling on the sand - They love themselves on the sidh
They kiss all the roots - and sing lovely songs
They bring in their hearts all the beauty of life and dreams

There's no death, there's no cry, there's no shame, there's no disguise
Delirium we will find on this magical land
There's much wine, beer, muchrooms - delightful land
Aaahh..aaah!
Let's sing with them, we were invited to the dance
Breaking the chains- let's fly with them
Leave the imprisioned man that lives inside.

Dance of the Little Ones!
Dance of the Little Ones!
Dance of the Little Ones!
Dance of the Little Ones!

There's no death, there's no cry, there's no shame, there's no disguise
Delirium you will find on this magical lands
There's much wine, beer, muchrooms - delightful land
Aaahh..aaah!
Let's sing with them, we were invited to the dance
Breaking the chains- let's fly with them
Leave the imprisioned man that lives inside.

Dance of the Little Ones!
Dance of the Little Ones!
Dance of the Little Ones!
Dance of the Little Ones!

Longe de nossa fechada realidade
Vivem os pequeninos que dançam louvando o vinho
Comendo, bebendo, cantando, eles giram e gritam
Olham distantes para as fadas que estão debaixo da terra

Olhando para a alegria, eles amam as florestas e árvores
Rolando na areia – eles amam eles mesmos
Eles beijam todas as raízes – e cantam amados sons
Eles trazem em seus corações toda a beleza da vida e sonhos

Lá não há morte, lá não há choro
Lá não há vergonha, lá não há disfarce

Delírio você irá achar nestas terras mágicas
Lá há muito vinho, cerveja, cogumelos – Terra encantadora
Oh, vamos cantar com eles nós estávamos convidados a dançar
Quebrando as correntes – Vamos voar com eles
Deixar o homem aprisionado que vive por dentro!

A dança dos pequeninos
Dança dos pequeninos...
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The Bards of the Infinity
Tuatha De Danann
Composição: Indisponível

>From the past we´ve come
Through the raibows gate
Beyond the sundown
Across the sea´s waves

Singing songs with the flowers
Flying with the blue birds
We will shine again

We´re the bards of infinity
>From the past we´ve come
Through the raibows gate
Across the sea´s wave

Till the land of immortals
Upon crows we´ll fly
Singing with the faeries
We´re the magic bards

We´re the sons of twilight
We are guide by moons hand
With our songs we´ll put the
Magic in the air

With our magic harp
We will face all of them
So you´ll see the power
Of the cloud´s son

Now we must win the wall of times
With the queen of the witches
Upon her crow´s well fly
Try to understand
We will shine again...

Do passados nós viemos
Através dos portais do arco-íris
Alem do pôr-do-sol
Através das ondas do mar
Cantando canções com as flores
Voando com os azulões
Nós brilharemos de novo
Nós somos os bardos do infinito
Do passado nós viemos
Através dos portais do arco-íris
Através das ondas do mar
Até a terra dos imortais
Sobre os corvos nós voamos
Cantando com as fadas
Nós somos os bardos mágicos
Nós somos os filhos do crepúsculo
Nós somos guiados pela mão da lua
Com nossas canções nós colocaremos a música no ar
Com nossa harpa mágica
Nos enfrentaremos todos eles
Então você verá o poder
Dos filhos das nuvens
Agora nos devemos vencer as muralhas do tempo
Com a rainha das bruxas
Sobre o vôo de seu corvo
Tentar entender
Nós brilharemos de novo


 

domingo, 30 de agosto de 2009

Timo: a chave da energia VITAL

Sonia Hirsch

'No meio do peito, bem atrás do osso onde a gente toca quando diz 'eu',
fica uma pequena glândula chamada timo.

Seu nome em grego, thýmos, significa energia vital. Precisa dizer mais?

Precisa, porque o timo continua sendo um ilustre desconhecido. Ele
cresce quando estamos contentes, encolhe pela metade quando estressamos
e mais ainda quando adoecemos.

Essa característica iludiu durante muito tempo a medicina, que só
conhecia através de autópsias e sempre o encontrava encolhidinho.

Supunha-se que atrofiava e parava de trabalhar na adolescência, tanto
que durante décadas os médicos americanos bombardeavam timos adultos
perfeitamente saudáveis com megadoses de raios X achando que seu
'tamanho anormal' poderiam causar problemas.

Mais tarde a ciência demonstrou que, mesmo encolhendo após a infância,
continua totalmente ativo; é um dos pilares do sistema imunológico,
junto com as glândulas adrenais e a espinha dorsal, e está diretamente
ligado aos sentidos, à consciência e à linguagem.

Como uma central telefônica por onde passam todas as ligações, faz
conexões para fóra e para dentro.

Se somos invadidos por micróbios ou toxinas, reage produzindo células de
defesa na mesma hora.

Mas também é muito sensível a imagens, cores, luzes, cheiros, sabores,
gestos, toques, sons, palavras, pensamentos.

Amor e ódio o afetam profundamente.

Idéias negativas têm mais poder sobre ele do que vírus ou bactérias.

Já que não existem em forma concreta, o timo fica tentando reagir e
enfraquece, abrindo brechas para sintomas de baixa imunidade, como herpes.

Em compensação, idéias positivas conseguem dele uma ativação geral em
todos os poderes, lembrando a fé que remove montanhas.

O teste do pensamento:

Um teste simples pode demonstrar essa conexão.

Feche os dedos polegar e indicador na posição de o.k, aperte com força e
peça para alguém tentar abri-los enquanto você pensa 'estou feliz'.

Depois repita pensando 'estou infeliz'.

A maioria das pessoas conserva a força nos dedos com a idéia feliz e
enfraquece quando pensa infeliz. (Substitua os pensamentos por uma bela
sopa de legumes ou um lindo sorvete de chocolate para ver o que acontece...)

Esse mesmo teste serve para lidar com situações bem mais complexas.

Por exemplo, quando o médico precisa de um diagnóstico diferencial, seu
paciente tem sintomas no fígado que tanto podem significar câncer quanto
abcessos causados por amebas. Usando lâminas com amostras, ou mesmo
representações gráficas de uma e outra hipótese, testa a força muscular
do paciente quando em contato com elas e chega ao resultado.

As reações são consideradas respostas do timo e o método, que tem sido
demonstrado em congressos científicos ao redor do mundo, já é ensinado
na Universidade de São Paulo (USP) a médicos acupunturistas.

O detalhe curioso é que o timo fica encostadinho no coração, que acaba
ganhando todos os créditos em relação a sentimentos, emoções, decisões,
jeito de falar, jeito de escutar, estado de espírito...

'Fiquei de coração apertadinho' , por exemplo, revela uma situação real
do timo, que só por reflexo envolve o coração.

O próprio chacra cardíaco, fonte energética de união e compaixão, tem
mais a ver com o timo do que com o coração - e é nesse chacra que,
segundo os ensinamentos budistas, se dá a passagem do estágio animal
para o estágio humano.

'Lindo!', você pode estar pensando, 'mas e daí?'

Daí que, se você quiser, pode exercitar o timo para aumentar sua
produção de bem estar e felicidade.

Como? Pela manhã, ao levantar, ou à noite, antes de dormir.

Fique de pé, os joelhos levemente dobrados. A distância entre os pés
deve ser a mesma dos ombros. Ponha o peso do corpo sobre os dedos e não
sobre o calcanhar, e mantenha toda a musculatura bem relaxada.

Feche qualquer uma das mãos e comece a dar pancadinhas contínuas com os
nós dos dedos no centro do peito, marcando o ritmo assim: uma forte e
duas fracas.

Continue entre três e cinco minutos, respirando calmamente, enquanto
observa a vibração produzida em toda a região torácica.

O exercício estará atraindo sangue e energia para o timo, fazendo-o
crescer em vitalidade e beneficiando também pulmões, coração, brônquios
e garganta. Ou seja, enchendo o peito de algo que já era seu e só estava
esperando um olhar de reconhecimento para se transformar em coragem,
calma, nutrição emocional, abraço.

Ótimo. Íntimo. Cheio de estímulo. Bendito timo.'

A jornalista e pesquisadora Sonia Hirsch é autora de livros sobre
culinária natural, alimentação e saúde.
(fonte: revista Bons Fluidos http://bonsfluidos. abril.uol.
com.br/edicoes/ 0032/bemestar/ a.shtml)


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quarta-feira, 29 de julho de 2009

O SACERDÓCIO WICCANO

Por Mavesper Cy Ceridwen

Uma eterna polêmica entre os Wiccanos, seja no Brasil, seja em outras partes do mundo, é a velhíssima discussão sobre a validade ou não da auto-iniciação. Bons argumentos sobram tanto entre os defensores, como entre os críticos. A vivência na Wicca nos mostra que, muitas vezes, se encontra entre iniciados tradicionais pessoas que não se dedicam à Arte tanto quanto auto-iniciados, e entre auto-iniciados gente que só por muita ilusão se crê praticante da bruxaria.

Creio, pois, que é hora de dar um passo a mais nessa discussão. A importância de iniciação tradicional é inegável, mas não há como fechar os olhos à realidade que, muito frequentemente, a auto-iniciação leva ao exercício de um sacerdócio impecável dos Deuses Antigos. O que é mais importante, então?

A resposta é justamente essa: o importante é o exercício do Sacerdócio Wiccano. Se se chega a ele pela iniciação tradicional, participando de um coven, ok. Se se chega a ele pelo árduo e dificil caminho de buscar as resposta diretamente da Deusa, pela auto-iniciação, ok também.

E o que e´ o Sacerdócio Wiccano?

Todos nós sabemos que só pertence realmente à Wicca quem se inicia ( seja em uma Tradição, seja pela auto-iniciação), ou seja, temos uma religião iniciática em que não há seguidores - todo Wiccano é Sacerdote ou Sacerdotisa da Deusa Triplice e seu Consorte.

Esse é um dos mais importantes diferenciais da Wicca em relação a caminhos mágicos não religiosos. O sacerdócio obrigatório implica que seja necessário à pessoa buscar em si, antes de pensar em trilhar este caminho, a veracidade de sua vocação sacerdotal. Costumo dizer que, na prática, nenhuma diferença vejo na vocação sacerdotal de um Wiccano da vocação sacerdotal para qualquer outra religião. Embora o modo de exercer nosso Sacerdócio da Terra não implique renúncias a prazeres, celibatos ou votos de pobreza ou abstinência, temos em comum com sacerdotes de outras religiões o seguinte: nossa alma anseia pelo contato íntimo e direto com a Divindade Criadora e nos oferecemos, voluntariamente, para realizar, em concreto, esse contato no mundo, em nossas vidas diárias.

Muitos livros tratam do período de preparação para a iniciação, muitos enfatizam o que deve um neófito aprender e conhecer no período de um ano e um dia mínimo para nela chegar. O que se deixa de comentar é o seguinte: o que faz uma bruxa DEPOIS da iniciação? Como é o exercício do Sacerdócio Wiccano?

Para responder essa pergunta, devemos compreender uma face da Deusa que é Aquela que Dá Poderes. Essa face da Deusa significa a Deusa agindo diretamente no mundo. Seja como a Curadora, seja como Consoladora, seja como Sábia, essa face da Deusa é muito conhecida das pessoas não tanto em tese, mas nas vivências diárias. É Ela quem nos concede nossos dons e quem, quando estamos em estreita comunhão com o Elemento Espírito, acende em nós a chama de partilhar esses dons. Creio que todos, mesmo os leigos, podem entender o que digo: quando você ouve uma bela música, quando lê um lindo poema ou vê um por do sol de intensa beleza, acende-se em seu coração um desejo de partilhar- você passa a querer dividir com os outros a beleza que descobriu.

Assim é o caminho Wiccano, essa mesma é a essência do sacerdócio: levar para a vida de outras pessoas a beleza que você descobriu ao perceber que a Vida é mágica, que Tudo é sagrado, que Ela é a Vida em si. A consciência de que tudo que existe em sua vida é sua responsabilidade e pode ser moldado por sua vontade. Descobrir que todas as respostas que você procura estão dentro de você mesmo. Obviamente isso não se faz por meio de pregações religiosas, nem por proselitismo. Isso se faz vivendo o dia a dia normal que todo Sacerdote ou Sacerdotisa Wiccano tem. Exercer o sacerdócio da Deusa Tríplice é levar encanto e magia a todos, e tornar as pessoas mais despertas , mais conscientes e mais livres, independentemente de que religião elas mesmas professem.

Ser um Sacerdote ou Sacerdotisa dos Antigos significa viver em alegria, celebrar a natureza e realizar seus dons no mundo. Seja nas pequenas coisas, como abençoar a pessoa que serviu a você um café no escritório ou nas coisas mais complexas, como engajar-se em movimentos ambientalistas, seja no usar seus dons para curar alguém ou um animal ferido, seja celebrando rituais públicos ou particulares, seja dando entrevistas na TV ou respondendo a um estranho sobre sua religião - tudo isso são formas possíveis de realização do caminho sacerdotal. Talvez você não deseje ser um@ curador@, ou talvez nunca sinta o impulso de ensinar ou falar sobre a Arte, mas se você descobrir o que a Deusa espera de você e realizá-lo, exercendo seus dons, você será um@ verdadeir@ Sacerdotisa ou Sacerdote Wiccan@.

Um cuidado muito grande que se deve ter é com a ilusão de estar seguindo um caminho sacerdotal. Ouço muita gente dizer: "Eu vivo consciente da natureza, vejo a Deusa em tudo, e isso basta para me fazer Wiccana." Tolice: um caminho sacerdotal não é um fingimento, uma fantasia, tampouco é simples como "ver a Deusa em tudo". Implica estudo, dedicação e vivência. Implica auto-conhecimento e auto -transformação.

Como vai seu Sacerdócio? Como você tem utilizado no mundo os Poderes Dela? Muito mais do que se preocupar com a forma da iniciação, esta deve ser a preocupação de todos nós Wiccanos: a qualidade do exercício do Sacerdócio.

Aos novatos deixo a pergunta: você tem real vocação sacerdotal? Como crê irá exercer o sacerdócio da Deusa e Seu Consorte em concreto na sua vida?

Somente Aquela Que Dá Poderes nos transforma em reais Sacerdotisas e Sacerdotes, fazendo com que nossa prática da Wicca deixe de ser algo formal e livresco, concretizando de maneira ativa os preceitos de nossa religião em nossas vidas, trazendo a magia a atuar no mundo.

Bençãos Brilhantes!

Mavesper Cy Ceridwen

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Por que nos dizemos bruxos e bruxas?

O termo bruxaria é um termo que sempre desperta reações. Ele está tão associado a coisas "escuras e maléficas" que algumas pessoas questionam se devíamos mesmo usar este termo para identificar estas práticas neo pagãs que fazemos uso, como instrumental de nossa ligação com a DEUSA.

Mas voltemos ao passado, vamos voltar ao tempo em que mulheres e homens diferentes, que incomodavam os poderes estabelecidos, eram cruelmente torturados.

Poucos percebem que a tortura, para confessar bruxaria, era uma tortura similar a que os serviços secretos ainda usam hoje, para extrair informações sobre as reais práticas dos que eram depois sacrificados a fogueira, num ritual necromante, para imprimir na anima mundi, na alma do mundo, um medo à magia, ao conhecimento dos povos naturais.

O saber dos povos naturais foi progressivamente sendo destruído por um conluio de forças que tem uma de suas principais forças começando a atuar no pacto nefasto de Júlio César e seus asseclas com Cleópatra e seu clero, quando os conhecimentos passaram a ser sistematicamente perseguidos e um simulacro de religião foi criada, com nítida função de criar servos, de dominar.

Os exércitos de guerreiros iam se tornando mercenários brutais e os sacerdotes iam se tornando mercadores de almas.

Júlio César destrói a biblioteca de Alexandria e então mais tarde, o Império Romano assume a religião cristã, isto é, cria uma versão da religião cristã para si, e com as armas, a vocação das legiões ainda em sua egrégora, sai a destruir Cátaros, Albigineses e depois cruzadas rumo ao Oriente, guerras de conquista, a invasão destas terras brasilis e de todo o continente, a escravização ou massacre de populações nativas tanto aqui como na África.

Fomos doutrinados para crer que o saber dos povos nativos é inferior, selvagem, supersticioso, que só a gloriosa tradição do positivismo vinda dos conquistadores é válida.

Essa prisão já foi imposta no próprio continente de onde vem os conquistadores, ali já perseguiram e julgam ter destruído todos os elos do saber dos povos nativos que ali também viveram.

Julgam que o racionalismo venceu e o saber místico e mágico foi erradicado.

Rindo disso, em menires, em lugares sagrados, dentro de capelas e igrejas que os conquistadores construíram em cima de lugare de poder, herdeiros e herdeiras desse SAber Ancestral continuam ritualizando e ao ritualizarem reatualizam o mito.

Então a Era Industrial, os paradigmas da Era Industrial tomam os povos, as cidades crescem, as pessoas vão perdendo o elo com os campos, com a natureza. Poucos se lembram que é o ouro arrancado de Hy Brasil, sob a vergasta do conquistador, com o sangue dos escravos índios e africanos, que migra de Portugal para a Inglaterra e faz acontecer a Revolução Industrial.

O mundo muda, os paradigmas mudam, o povo natural é ainda mais desprezado e seu saber relegado a condição de superstição grosseira.

O orgulhoso materialismo positivista arrogantemente pretende dizer o que é real e o que não é. Onde devia dizer "não entendo", ou "sequer percebo" dizem "não existe".

Campos, pagus, pagãos, povos dos campos, em sintonia com a vida, com a natureza. Tais valores passam a ser tido como menores, sinal de atraso.

Urbes, cidades, povos urbanos, isolados da natureza, mas ainda dela dependem. O povo da cidade é tido por culto, intelectualizado.

O mundo passa a ser dividido em nações "desenvolvidas", "industrializadas" e nações "subdesenvolvidas", "não industrializadas" .

O preço dessa "revolução industrial " é visível hoje na destruição da camada de ozônio, na extinção de espécies animais e vegetais, num caos social que gera violência e tensão em várias escalas.

Lhes pergunto: Teria acontecido uma revolução industrial como essa, em povos com a ligação plena da Terra como os nativos?

A Revolução Industrial aconteceu na forma que ocorreu porque a Vida e a Terra foram coisificados. pessoas se tornaram "mão de obra" e a Natureza "fonte de matéria prima".

E cá estamos neste caos ecológico e social tremendo, que combinados com as potentes armas que existem podem exterminar toda a vida sobre a Terra.

É total ilusão acreditar que o modelo da revolução industrial é o único modelo possível de desenvolvimento tecnológico.

Os bruxos e bruxas foram mortos, seu saber perseguido e quase extinto porque falavam de uma realidade viva, de uma natureza viva e consciente e assim, os caminhos que propunham eram caminhos onde a tecnologia viria na forma de uma tecnologia branda, não agressiva ao meio ambiente, onde os seres humanos continuassem a desenvolver um estilo de vida que não fosse o dos escravos e senhores, perpetuados em diferentes formas na presente organização social.

A guerra entre conquistadores e povos nativos sempre foi uma guerra pelo controle da realidade.

Os povos nativos em sua quase totalidade optam por abordagens harmônicas e empáticas com a natureza, enquanto os povos conquistadores estão sempre preocupados com seu poder e subjugação de outros, pouco percebendo o que acontece a sua volta além de seus interesses, tendo sempre atitudes desarmônicas.

A partir dos valores dos povos nativos, hoje usando mesmo alguns dos conhecimentos oriundos desta civilização tecnológica que aí está, podemos criar uma outra realidade, onde o mundo pode continuar seu fluxo, sem necessitar deste modelo de destruiçao progressiva que hoje domina.

Utopia?

Não, magia!

Outros povos desenvolveram outros estilos tecnológicos, Maias, Anassazi e outros povos que migraram para outras condições da Realidade quando do ínicio das crises neste mundo, desenvolveram estilos de tecnologia que hoje fazem parte do chamado "fenômeno ufológico" tema que um dia abordaremos aqui, "Bruxaria e ufologia".

Nós ficamos presos nesta senzala, que é a pretensa realidade, mas outros povos migraram para outras condições da realidade, outros mundos e dimensões e ali continuaram seu ciclo evolutivo.

Nos visitam quando os conquistadores de plantão cochilam.

Estamos entrando na Era Pós Industrial.

Touraine, Toffler, Domenico de Masi, são muitos os que abordam este fato, que a ERa Industrial fica para trás como um parenteses num caminho que liga os paradigmas da nova fase histórica com os da chamada "primeira onda" de Toffler, valores como busca de uma produção orgânica, valorização do sentir e da intuição tanto quanto do pensamento sistematizado, enfim valores ecológicos , voltam a ser respeitados e considerados vitais para a sobrevivência saudável do ser humano, pois basta um olhar crítico sobre o mundo para perceber que a sociedade que vivemos não é saudável.

E o suporte filosófico e místico não vem de religiões dogmáticas que foram usadas através do tempo para dominar as pessoas, onde culpa, medo e insegurança são estimulados nos (as) "seguidores".

O neo paganismo, a religião da Terra, o religar-se à Terra enquanto ser vivo e consciente é um caminho que leva à MAGIA e a VIDA.

Em homenagem sincera a tantas mulheres valorosas, homens corajosos, que entregaram suas vidas às chamas, que resistiram a tortura mas nada revelaram dos SEGREDOS, em homegem a estes heróis e heroinas que com seu sacrificio salvaram outros para que a tradição continuasse nos chamamos bruxos e bruxas.

Porque hoje podemos ,nós seus herdeiros(as) espirituais, dançar em praça pública, dizermo-nos publicamente pagãos (ãs) e sentir que uma nova fase da História se aproxima nos dizemos bruxos e bruxas.

E podemos ver além da confusão que os que sabem que vão perder o poder estão criando para que não percebamos o SOL da primavera retornando, porque temem a verdade, a constatação esta civilização construida no gelo da ganância e egoísmo, ruirá por si.

Os que fizeram seus impe'rios e suas armas de poder no gelo da realidade vazia e estéril que criaram temem que redescubramos a magia, pois o calor da magia os ameaça pela sua simples existência.

Por isso nos chamamos Bruxos e Bruxas, por isso temos caldeirões e colheres de pau, pilões, vassouras e outros instrumentos que usamos para tecer nossas magias, porque nestes simples ato deixamos nossa condição isolada e nos irmanamos em vasta corrente que além do tempo e espaço conectada está com a Deusa.

Pois em cada ato mágico, em cada rito que ritualizamos uma onda de energia vence tempo e espaço e toca nossos antepassados espirituais enquanto ardem na fogueira dos conquistadores, com nossa magia viva hoje lhes dizemos:

- "Coragem, venceremos!"

sexta-feira, 3 de julho de 2009

A ética das bruxas

A Bruxaria, por não ser uma prática unificada, não possui leis próprias como algumas religiões, por exemplo, mas as Bruxas reconhecem um certo código de ética entre si, que não é secreto, e sim bastante dedutivo, à medida que você começa a lidar com a Magia.
Obviamente a Magia em si possui algumas leis, que não passam de leis da própria Natureza. Há a célebre frase: "/Não há nada que a ciência tenha dito que eu não tenha visto como Bruxa/", e é verdade. Nossas leis são as leis naturais.
No entanto, a partir desse princípio, ao lidar com a Magia deparamos com certas questões que nos fazem cair num dilema moral: Feitiço de amor é válido? Até onde vai o conceito de livre-arbítrio? Qual o limite entre ajuda astral e intervenção desnecessária? Abrimos este espaço então para discutir todos esses fatores.
O que é o Livre-Arbítrio?
Entende-se por livre-arbítrio a capacidade que o ser humano tem de escolher seu próprio caminho. Assim, se uma pessoa faz algo que você não gosta, você tende a respeitá-la, já que respeita seu livre-arbítrio. Não mandamos nas pessoas; não as manipulamos. Manipular alguém é interferir no livre-arbítrio.
Quando influenciamos alguém a tomar determinadas atitudes, o conceito do livre-arbítrio pode ficar confuso. Dar conselhos significa interferir no livre-arbítrio da pessoa? Ou seria intervenção apenas uma insistência psicológica com intenções nem tão louváveis?
Vamos dar um exemplo dentro de nossas práticas. Suponhamos que Mariazinha é apaixonada por Zezinho. Acontece que Zezinho já gosta de outra pessoa. Mariazinha tem duas opções: ela pode fazer um ritual para atrair amor para sua vida (geral) ou pode fazer um ritual pedindo que Zezinho goste dela (específico).
No segundo caso, ela está interferindo no livre-arbítrio daquela pessoa. No primeiro, ao pedir que o amor venha à sua vida na forma de um namorado, Mariazinha move as energias à sua volta para possibilitar novos encontros e oportunidades. Quem sabe com o próprio Zezinho, se as condições forem favoráveis. Mas, no segundo caso, ela direcionou a sua energia para ele, especificamente, pedindo que ele gostasse dela. Ela interferiu em seu livre-arbítrio. Seu feitiço provavelmente deve funcionar, mas aí entramos com a questão: isso foi certo?
O certo e o errado
Como definir o que é certo e o que é errado na Bruxaria? Como definir o que é certo e o que é errado em nosssa vidas?
Temos algo chamado consciência. Outra coisa chamada responsabilidade. Respeitar o livre-arbítrio não é uma "lei" da Bruxaria, mas é um código ético que a maioria das Bruxas respeita. Não há de fato como saber exatamente o que é certo e o que pode ser errado, mas temos certos parâmetros pessoais que moldam nossas atitudes. Certamente você deve estar achando a atitude de Mariazinha errada, quando ela faz um feitiço para conquistar Zezinho. De alguma forma, você sabe que interferir no livre-arbítrio das pessoas pode não ser o mais correto.
Entremos então em outro caso. Suponhamos que a avó de uma Bruxa esteja muito doente. A velhinha já está quase no fim da vida, mas sua neta a ama muito e quer o seu bem. Dessa forma, ela (a bruxa) realiza um ritual de cura com o objetivo de fazer a sua avó sobreviver ao seu tratamento. Consegue. Porém, alguns dias depois a sua avó vem em sonho e pede-lhe que a deixe morrer, pois já está cansada demais da vida e deseja descansar.
Esse é apenas um dos infinitos exemplos de como a Magia usada de forma "certa" pode acabar sendo "errada". A bruxa queria apenas o bem para a sua avó, mas interferiu em seu livre-arbítrio para escolher se era isso mesmo o que ela queria. De toda essa discussão, a única conclusão que podemos tirar é que o conceito de bem ou mal é relativo e que o respeito ao livre-arbítrio é uma das ferramentas mais importantes da ética das bruxas.
Como saber que atitude tomar?
Você pode estar passando por uma situação semelhante. Se não passou ou está passando, provavelmente ainda irá passar muitas vezes. As indecisões com relação à intervenção (ou não) na vida das pessoas sempre nos fazem pensar. E está certo. Devemos realmente ponderar muito antes de realizar um feitiço, pois este só será realizado se as intenções forem verdadeiramente fortes.
Há diversas maneiras de se tomar uma decisão a esse respeito. A mais óbvia, claro, é confiar na intuição. Mas muitas vezes acabamos nos envolvendo tanto no problema que já não sabemos se a nossa intuição está sendo influenciada por nossos sentimentos. De qualquer forma, é sempre preferível confiar nela que em qualquer outra coisa.
Outra atitude que você pode tomar é a consulta aos oráculos. Se você costuma lidar com eles, podem ser de grande ajuda nessa hora. Deite as cartas, lance as runas, pergunte ao pêndulo, observe a água e o fogo. Cada um tem o seu oráculo preferido, que se dá melhor. Jamais se esquecendo de que a intuição não está nunca separada da interpretação dos mesmos.

domingo, 28 de junho de 2009

COMO SE TORNAR BRUXA OU BRUXO

É muito comum as pessoas perguntarem como se tomar bruxa ou bruxo. Há as mais diferentes expectativas incluídas nessa pergunta, mas em geral, se pode dizer que as pessoas estejam querendo informações sobre a prática da bruxaria.

É preciso desde o início esclarecer que não basta alguém se filiar a um grupo para entrar na bruxaria. Aliás, no mais das vezes, o início do caminho é sempre solitário. Não busque mestres ou _líderes, primeiro saiba o que é a bruxaria Wicca e descubra se é dessa maneira que você deseja viver. Lembre-se, também que a Wicca não é uma religião convencional, ou seja, ela não tem sacerdotes e seguidores (como uma igreja católica com padres e fiéis, por exemplo). A Wicca é uma religião iniciática, o que significa que só é wiccaniano quem, após um tempo de preparo, resolve assumir o Sacerdócio da Deusa Tríplice e seu Consorte.

Faremos aqui um parêntese para esclarecer que tudo o que diremos se refere à bruxaria Wicca, chamada de bruxaria moderna, surgida na Inglaterra no início dos anos 50, no século XX. Essa explicação se faz necessária para que não haja confusão com muitas outras práticas que as pessoas também chamam de bruxaria. A palavra bruxa/o, na linguagem comum, tem mil significados. Aqui essa palavra é encarada como a pessoa que se dedica à prática da Wicca, que é uma religião pagã, cujo maior valor é a vida e que busca o equilíbrio e aperfeiçoamento contínuo de seus participantes, visando sua integração cada vez maior à natureza.

Wicca é uma religião e, como tal, pode ser aprendida e adotada por qualquer pessoa que com ela se sinta sintonizado. É muito comum ouvir argumentos de que só uma pessoa com "hereditariedade de bruxos" poderia se dedicar à bruxaria. Na Wicca isso é pura tolice. Os Deuses Antigos não escolhem suas sacerdotisas e sacerdotes por olharem seu "pedigree" ou sua árvore genealógica... Para ingressar na Wicca só há um requisito: que você deseje se tomar sacerdotisa ou sacerdote da Deusa e seu Consorte.

Também se escuta com freqüência que somente mulheres podem se dedicar à prática da bruxaria. Isso não é verdade. A Wicca é uma religião aberta a homens e mulheres, embora haja grupos que prefiram trabalhar com apenas um dos sexos. Como ha liberdade entre nós quanto à forma de se organizar é absoluta, cada um deve buscar o que lhe convém.

Ingressar na prática da bruxaria significa querer irmanar-se com a natureza, começar um caminho mágico de percepção diferenciada do universo, com uma profunda sensação de integração e integridade. Significa responsabilizar-se por sua vida e seus atos, reconhecendo que tudo o que você vive é produto de suas escolhas.

Um outro questionamento freqüente sobre ser bruxa(o) é feito pelas pessoas da seguinte maneira:

"Você é uma bruxa(o) do bem? Ou do mal?". Essa pergunta é fruto de um modo de pensar que caracteriza o mundo ocidental, profundamente arraigado nas mentes criadas na civilização judaico­cristã, e que se chama maniqueísmo. Por essa visão do mundo, há sempre dualidades que se opõem: deus e diabo, bem e mal, preto e branco, luz e trevas, nós - os salvos, os escolhidos e os outros, os errados, os maus.

Os pagãos em geral (entre os quais se encontram as bruxas) - pessoas que praticam uma espiritualidade ligada aos antigos povos pré-cristãos, as chamadas Religiões da Terra, não vivem de acordo com padrões de julgamento maniqueístas. Não cremos em bem oposto a mal, muito menos na existência de algum inimigo poderoso e concorrente da Divindade (ou seja, não acreditamos que exista um demônio ou coisa semelhante). Cremos que tudo que há no universo contem em si o Todo, ou seja, aquilo que chamamos de bem ou mal é apenas fruto de nossa experiência subjetiva. Muito bem isso é expresso em um pensamento de Riehard Bach:

"O que a lagarta chama de Fim de Mundo o mestre chama de Borboleta".

Logicamente reconhecer que não exista nada completamente bom, nem mal, ou ainda reconhecer -que o universo e a magia não são brancos, nem negros, mas têm uma infinidade de tons de cinza. Não implica se poder dizer que as bruxas e bruxos pratiquem o mal ou não sigam um código de conduta

Vejamos: As bruxas Wiccanianas praticam uma religião em que o valor maior é a Vida. Também: crêem que a Deusa criou o Universo ligando todos os seres e todas as coisas formando a Grande. Teia da existência. Essa teia une todos os seres, assim, o que cada um faz afeta o Todo. Creio que é bem fácil compreender porque nossa religião dispensa mandamentos, promessas de recompensas ou castigos para que as pessoas não cometam más ações... Só estamos sujeitos a um mandamento chamado Wiccan Rede ou a Lei (ou Dogma) da Arte: "Faze o que quiseres se a ninguém prejudicar”.

Não há na visão de mundo de um(a) bruxo(a) a possibilidade de acreditar-se joguete entre seres poderosos bons e maus, nem deuses e demônios. Wicca é um caminho de reconhecimento e desenvolvimento do poder pessoal - não poder sobre os outros, mas poder de se conhecer, determinar sua vida e desenvolver ao máximo os dons com que você foi dotado pelos Deuses. O Universo não é uma história de mocinhos e bandidos, defensores do bem contra defensores do mal. O universo é o Todo, o Todo é a Deusa Primordial, cujo corpo sagrado é formado por tudo o que existe. Por essa forma de ver o mundo um wiccaniano não mata alguém, por exemplo, não porque estaria descumprindo um mandamento, mas sim porque reconhece que o desrespeito à vida afeta a ele mesmo porque abala a Grande Teia.

Saber que para um bruxo tudo o que existe é sagrado dá uma dimensão de como a vida se transforma quando resolvemos seguir o caminho da bruxaria, ou a Arte, como dizem alguns. Não há mudança de comportamento, ninguém dita regras. Suas escolhas, desde que feitas de acordo com a lei da Arte, são questões exclusivamente pessoais. Você encontrará bruxos que são vegetarianos e que comem carne, bruxas que se vestem de preto e as que não gostam dessa cor, bruxas contra e a favor do aborto, bruxos que são fumantes ou não, bruxos que se abstém de álcool e as( os) que adoram um drink na happy hour, etc...

Se há tantas diferenças entre as pessoas que praticam a bruxaria Wicca, o que é ser bruxo(a)? Ser bruxo(a) é viver como bruxo(a), isso significando viver de acordo com os eternos ciclos da natureza, celebrando as mudanças e os ritmos da Lua e do Sol e reconhecendo nesses ciclos eternos os Deuses Antigos.

E como alguém adota a Wicca como sua religião?

Na verdade, é muito simples:

- Você tem o interesse?

- Se informa a respeito?

- Isso é o que a maioria das pessoas fala, que se deve estudar muito!

- Conhecer as bases da religião e DECIDE IR EM FRENTE!

- Você está pronto para cultuar a Deusa e seu Consorte, mudando sua religião?

- Você está pronto para transformar sua visão de vida completamente, percebendo o que significa ser parte da Criação como um pedaço do Corpo Sagrado da Deusa?

- Você está pronto a assumir que é o único responsável por tudo o que ocorre na sua vida e que seus atos influenciam todos os seres que se interligam na teia cósmica da Criação?

- Você está pronto a viver sua vida inteira - não apenas os atos ritualísticos de forma mágica, ou seja, ·sabendo que a sua vontade é capaz de moldar a realidade e seus atos geram conseqüências com as quais tem de arcar?

- Você está pronto a ver a natureza e todos os seres como seus irmãos, inclusive pessoas que ajam diferente em termos de crenças, opções, opiniões, atos?

- Você está pronto a aceitar as diferenças dos outros e conviver na diversidade, que é reflexo da própria multiplicidade da Deusa?

- Você aceita o compromisso de agir como um Filho(a) da Terra e reconhecer sua sacralidade. Assumindo sua porção de trabalho no processo de cura do planeta, da humanidade e no seu próprio equilíbrio interior?

Talvez estas perguntas pareçam complicadas para vocês... Se tornar bruxa(o) é como se apaixonar! É fruto de uma mudança interna, um processo de se entrar em compasso com o bater do coração da Terra e reconhecer que ele é o pulsar do coração do grande Sol do centro do universo.

Praticar os rituais é uma decisão muito simples se você passar por todas essas decisões. Você aprende o método e as formas dos rituais, como qualquer religião. Mas seus atos ritualísticos serão vazios e desprovidos de poder se não colocar neles toda sua paixão, intenção, energia e vontade! Se já passou pelas fases do SABER - adquirindo conhecimentos - e do QUERER (tomou as decisões acima) - agora é hora de OUSAR E ousar é PRATICAR, erguer seu Athame, apontar as direções e invocar os elementos, abrir seu círculo e chamar Deusa e o Deus para os: fins que você quiser ­afinal esta é a religião da perfeita liberdade - “perfect love and perfect trust".

Começar a praticar é uma decisão só sua Seguir o Caminho vem por si só... Foi o que todos nós fizemos, nós que aprendemos nos livros, mas descobrimos na alma o amor que nos levou à Arte. Alma essa que também é parte da Deusa, pois ela é a "anima mundi", a alma do mundo.

Se depois de tudo isso você ainda tiver dúvidas sobre se deve ou não se tornar bruxa( o), responda:

Você ouviu o chamado da Senhora?

Ela canta sua Canção Sagrada em tudo o que existe, sussurra na brisa nas folhagens, grita nos relâmpagos, ruge nos vulcões. Ela geme em cada grito de dor, se faz ouvir no choro do recém nascido e do moribundo, na altivez do leão e nas patas da gazela. Ela chora nas queimadas da Amazônia, é ferida nas guerras, se encontra na fome e na satisfação da fome. Ela é vida e é morte. É a terra com seus frutos abundantes e a Ceifeira que traz a morte e a putrefação, de onde a vida torna a brotar...

Ela canta sua canção mais bela quando a Lua enche nos céus... É a Senhora das águas que correm, trazendo vida ao planeta... Sua música é a complexa sinfonia sem fim das vastidões das galáxias e suas notas mais brilhantes são cada uma das estrelas.

Se você ouviu algum dia tudo isso, não há lugar no universo onde você possa se esconder do chamado da Deusa e nessa hora, se você simplesmente responder ao chamado e escolher o Antigo Caminho, será um(a) bruxo(a).

Seja bem vindo(a)! Abençoado(a) Seja!

Mavesper Cy Ceridwen

quarta-feira, 24 de junho de 2009

A lei e nossos direitos

Constituição Federal do Brasil.

Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em Lei;

Código Penal Brasileiro:

Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo

Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:

Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou milita.

Parágrafo único - Se há emprego de violência, _ a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.

Estatuto da Criança e do Adolescente:

Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

II - opinião e expressão;

III - crença e culto religioso;

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
Artigo II

Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.

Artigo XVIII

Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.

sábado, 13 de junho de 2009

A Roda do Ano

Ela traz as Flores na Primavera e sorri por entre os prados Quando é verão, com Sua voz suave, Ela conta nos copados Ela corta a cana e colhe o grão quando as folhas cobrem o chão e no frio do inverno, Ela envolve a Terra com o Seu manto e proteção.

Mito da Roda do Ano

Em Samhain, o Festival do retorno da Morte, os portões dos mundos se abrem e a Deusa transforma-se na Velha Sábia, a Senhora do Caldeirão, e o Deus é o Rei da Morte que guia as almas perdidas através dos dias escuros de Inverno. Em Yule, a escuridão reina como se estivéssemos no caldeirão da Deusa. Assim, o Rei das sombras transforma-se na Criança da Promessa, o Filho do sol, que deverá nascer para restaurar a Natureza. Em Imbolc, a luz cresce, o Deus nascido em Yule se manifesta com todo seu vigor, e a Criança da Promessa cresce com a vitalidade e é festejada, pois os dias tornam-se visivelmente mais longos e renova-se a esperança. Em Ostara, luz e sombras são equilibradas. A luz da vida se eleva e o Deus quebra as correntes do inverno. A Deusa é a Virgem e o Deus renascido é jovem e vigoroso. O amor sagrado da Deusa e do Deus é a promessa do crescimento e da fertilidade. Em Beltane, a Deusa se transforma em um lindo Cervo Branco e o jovem Deus é o Caçador alado. Ao ser perseguida pela floresta, o Cervo Branco se transforma em uma linda mulher, e assim Eles se unem e a sua paixão sustenta o mundo. Chega então Litha, A Deusa é a Rainha do Verão e o Deus, um homem de extrema força e virilidade. O Sol começa a minguar e o Deus começa a seguir rumo ao País de Verão. A Deusa é pura satisfação e demonstra isso através das folhas verdes e das lindas flores do verão. Em lammas, a Deusa dá a luz e o Deus novamente morre pela Deusa. A Deusa precisa de sua energia de vida para que a vida possa crescer e prosseguir. O Deus se sacrifica para que a humanidade seja nutrida, mas através do grão Ele renasce. No ápice de sua abundância, ele retira através Dela. Em Mabon, as luzes e as trevas se equilibram novamente; porem o Sol começa a minguar mais rapidamente. O Deus torna-se então o Ancião, o Senhor das Sombras. Chega novamente Samhain e então o ciclo recomeça, e assim tudo retorna a Deusa. Assim sempre foi e será!

Os Sabbats

Existem oito datas pré-determinadas durante o decorrer do ano nas quais os ciclos da Natureza são celebrados. Essas datas são chamadas de Sabbats. Para nós, o ano é uma grande Roda sem começo nem fim e por isso os oito Sabbats, que juntos formam "A Roda do Ano" da religião Wicca, possuem grande significado para Wiccanos e é uma das chaves principais para o entendimento de nossa religião. A Wicca vê uma relação profunda entre o ser humano e o ambiente onde ele vive. Nós, Bruxos, acreditamos que a Natureza é a própria manifestação da Deusa e, dessa forma, nada mais lógico do que celebrar as mudanças que ocorrem nela. A Roda do Ano é vista como um ciclo ininterrupto de vida, morte e renascimento. Assim, reflete a passagem das estações do ano, as mudanças interiores e exteriores provocadas por elas e a nossa própria ligação com o mundo. Para nós tudo aquilo que vive e respira é divino e, ao percebermos nossa ligação com o mundo, celebramos a vida através das mudanças das estações do ano, pois é dessa forma que estabelecemos contato com os Deuses. Quando celebramos um Sabbat, atraímos as energias do mundo natural e de nossas próprias vidas para dentro de nós, pois dessa forma alcançamos a unidade com o mundo divino.

O significado dos Sabbats mudou muito através dos tempos, e hoje é quase impossível imaginarmos como era importante para os nossos ancestrais uma farta colheita e como ela era festejada. Atualmente a maioria de nós não tem mais de plantar seu próprio alimento, e assim as mudanças dos ciclos sazonais nos passam quase que desapercebidamente. Porém, para nós, Pagãos, o resgate da observação das mudanças sazonais é vital, pois mudanças na Natureza representam mudanças em nossa própria vida, já que somos parte da Natureza também. Qualquer pessoa que siga a Wicca está afirmando sua convicção na sacralidade da Terra e, portanto, reconhecendo a dependência da Terra para nossa própria sobrevivência. Hoje, é claro, o estilo de vida da maioria das pessoas faz com que estas não percebam os ciclos existentes na Natureza e a importância da observação da germinação, do crescimento e da deterioração, mas isso não significa que eles não existam. Um Bruxo procura sempre conectar a Natureza em todas as suas manifestações, não só observando a Natureza, mas também sentindo o fluxo dela em nós e as mudanças provocadas no cotidiano através dela. Os mistérios da Deusa e do Deus e seus diferentes aspectos estão contidos em cada estação. A Roda do Ano simboliza a história ancestral da Deusa e do Deus e o ciclo de morte e renascimento do seu Filho e Consorte, simbolizado pelo próprio Sol. A Roda do Ano Wiccana possui dois significados distintos: a Roda da Celebração da Natureza e a Roda da Iniciação. Como uma Roda da Iniciação, ela expressa os ensinamentos dos Antigos através das estações, pois os Deuses e a Natureza são um só. Explorando os mistérios das estações, estamos na realidade penetrando nos mistérios mais profundos da Deusa e do Deus. Como uma Roda de Celebração, a própria Deusa diz: Que minha adoração esteja dentro do seu coração, pois todos os atos de amor e prazer são meus rituais.. Dance, cante e festeje, faça música, tudo isso em meu elogio. Todos os Covens e Wiccanos se reúnem nos dias de Sabbats para celebrar a Deusa e as bênçãos que Ela concede à Terra através das mudanças das estações. A Roda do Ano é composta de oito festividades distintas, porém interligadas; os Equinócios e Solísticios são chamados de Sabbats Menores e marcam a trajetória do Sol pelo céu. Os outros quatro festivais fixados em datas pré-determinadas são chamados de Sabbats Maiores e celebram o ciclo agrícola da Terra, marcando a semeadura, o plantio e a colheita. Os nomes dos Sabbats variam de Tradição para Tradição, mas os mais comuns são:

  • Samhain: Celebrado no dia 1° de maio no hemisfério Sul e no dia 31 de outubro no hemisfério Norte.
  • Yule: Celebrado por volta do dia 21 de junho no hemisfério Sul e por volta do dia 21 de dezembro no hemisfério Norte.
  • Imbolc: Celebrado no dia 1º de agosto no hemisfério Sul e no dia 2 de fevereiro no hemisfério Norte.
  • Ostara: celebrado por volta do dia 22 de setembro no hemisfério Sul e por volta do dia 21 de março no hemisfério Norte.
  • Beltane: Celebrado no dia 31 de outubro no hemisfério Sul e no dia 1º de maio no hemisfério Norte.
  • Litha: Celebrado por volta de 21 de dezembro no hemisfério Sul e por volta do dia 21 de junho no hemisfério Norte.
  • Lammas: Celebrado no dia 2 de fevereiro no hemisfério Sul e no dia 1º de agosto no hemisfério Norte.
  • Mabon: Celebrado por volta do dia 21 de março no hemisfério Sul e por volta de 22 de setembro no hemisfério Norte.

Os Sabbats são divididos em duas categorias: Sabbats Maiores: Samhain, Imbolc, Beltane e Lammas e Sabbats Menores: Yule, Ostara, Litha e Mabon.

É importante ter em mente que os Sabbats são celebrações de um tempo no ano e não de uma data. A maior parte dos livros encontrados sobre Bruxaria foi escrita por autores do hemisfério Norte, o que torna correto então dizer que Beltane é a celebração da Véspera de maio. As pessoas do hemisfério Norte vão automaticamente deduzir que "Beltane é o término da Primavera, pouco antes de o Verão atingir sua ascensão". É claro que se Beltane for comemorado no hemisfério Sul no dia 1º de maio estaremos , quase ingressando no Inverno, o que sazonalmente seria incorreto. Sendo assim, devemos estar atentos quanto às datas dos Sabbats. Não podemos cair no mesmo erro de outras religiões, que não vêem nenhuma conexão particular entre a humanidade e o ambiente, e por isso, por exemplo, não acham contraditório celebrar a Páscoa no Outono ou o Natal de Verão. A celebração da vida, da Natureza e a conexão com as passagens das estações são muito importantes para nós, Bruxos, onde quer que vivamos. Esta é a essência da Wicca! O Ano Wiccano começa e termina em Samhain, a celebração feita em homenagem aos mortos, quando o véu que separa o mundo dos homens do mundos dos Deuses se torna mais fino. O Solstício de Inverno vem logo em seguida, e nele celebramos o renascimento do Sol; aproximadamente seis semanas depois celebramos Imbolc, com os priemiros sinais da luz, quando a Primavera se aproxima. Logo após Imbolc, em torno do dia 22 de setembro, festejamos Ostara e a chegada da Primavera e, em seguida, Beltane é comemorado, e a União da Deusa e do Deus é celebrada. Em torno de seis semanas após Beltane, celebram-se Litha e a chegada do Verão, onde o sol alcança seu apogeu, mas começa automaticamente o seu declínio. Logo depois, vem Lammas com a celebração das primeiras colheitas e o grão renascido que será ceifado. Por volta de 22 de março, chega então Mabon e a segunda colheita é festejada. Aproximadamente depois de seis semanas chega novamente Samhain e a Roda do Ano termina seu ciclo e recomeça uma vez mais de forma ininterrupta.

Sabbats Maiores

Sabbats Menores

Samhain - A Morte do Deus (31 de outubro no hemisfério Norte & 1º de maio no hemisfério Sul)

Yule - O Nascimento da Criança da Promessa (21 de dezembro no hemisfério Norte & 21 de junho no hemisfério Sul

Imbolc - A Promessa da Primavera (2 de fevereiro no hemisfério Norte & 1° de agosto no hemisfério Sul)

Ostara - A Terra Desperta (21 de março no hemisfério Norte & 21 de setembro no hemisfério Sul)

Beltane - Os Amantes se Enlaçam (1º de maio no hemisfério Norte & 31 de outubro no hemisfério Sul)

Litha - Movimento de Alegria e Regozijo (21 de junho no hemisfério Norte & 21 de dezembro no hemisfério Sul)

Lammas - O Sacrifício do Pai (2 de fevereiro no hemisfério Sul & 1º de agosto no hemisfério Norte)

Mabon - A Segunda Colheita (21 de março no hemisfério Sul & 22 de setembro no hemisfério Norte)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

RECOMECE SEMPRE...

Observe a natureza.
Tudo nela é recomeço.
No lugar da poda surgem os brotos novos.
Com a água, a planta viceja novamente (renasce).
Nada pára.
A própria Terra se veste diferentemente todas as manhãs.
Isso acontece também conosco...
A ferida cicatriza.
A dores desaparecem.
A doença é vencida pela saúde.
A calma vem após o nervosismo.
O descanso restitui as forças.
Recomece.
Anime-se.
Se preciso, faça tudo novamente.
Assim é a VIDA!
Recomece sempre...

Desconheço o autor, mas concordo com ele!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Egrégora

Egrégora provém do grego egregoroi (egrégoroi) e designa a força gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade. Todos os agrupamentos humanos possuem suas egrégoras características: todas as empresas, clubes, religiões, famílias, partidos, etc.
Egrégora é como um filho coletivo, produzido pela interação "genética" das diferentes pessoas envolvidas. Se não conhecermos o fenômeno, as egrégoras vão sendo criadas a esmo e os seus criadores tornam-se logo seus servos já que são induzidos a pensar e agir sempre na direção dos vetores que caracterizaram a criação dessas entidades gregárias. Serão tanto mais escravos quanto menos conscientes estiverem do processo. Se conhecermos sua existência e as leis naturais que as regem, tornamo-nos senhores dessas forças colossais.

Por axioma, um ser humano nunca vence a influência de uma egrégora caso se oponha frontalmente a ela. A razão é simples. Uma pessoa, por mais forte que seja, permanece uma só. A egrégora acumula a energia de várias, incluindo a dessa própria pessoa forte. Assim, quanto mais poderoso for o indivíduo, mais força estará emprestando à egrégora para que ela incorpore às dos demais e o domine.

A egrégora se realimenta das mesmas emoções que a criaram. Como ser vivo, não quer morrer e cobra o alimento aos seus genitores, induzindo-os a produzir, repetidamente, as mesmas emoções. Assim, a egrégora gerada por sentimentos de revolta e ódio, exige mais revolta e ódio. No caso dos partidos ou facções extremistas, por exemplo, são os intermináveis atentados. No das revoluções, freqüentemente, os primeiros líderes revolucionários a alcançar o poder passam de heróis a traidores. Terminam os seus dias exatamente como aqueles que acabaram de destronar (segundo Richelieu, ser ou não ser um traidor, é uma questão de datas).

Já a egrégora criada com intenções saudáveis, tende a induzir seus membros a continuar sendo saudáveis. A egrégora de felicidade, procura "obrigar" seus amos a permanecer sendo felizes. Dessa forma, vale aqui a questão: quem domina a quem? Conhecendo as leis naturais, você canaliza forças tremendas, como o curso de um rio, e as utiliza em seu benefício.

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A única maneira de vencer a influência da egrégora é não se opor frontalmente a ela. Para tanto é preciso ter Iniciação, estudo e conhecimento suficiente sobre o fenômeno. Como sempre, as medidas preventivas são melhores do que as corretivas. Portanto, ao invés de querer mudar as características de uma determinada egrégora, o melhor é só gerar ou associar-se a egrégoras positivas. Nesse caso, sua vida passaria a fluir como uma embarcação a favor da correnteza. Isso é fácil de se conseguir. Se a egrégora é produzida por grupos de pessoas, basta você se aproximar e freqüentar as pessoas certas: gente feliz, descomplicada, saudável, de bom caráter, boa índole. Mas também com fibra, dinamismo e capacidade de realização; sem vícios nem mentiras, sem preguiça ou morbidez. O difícil é diagnosticar tais atributos antes de se relacionar com elas.

Uma vez obtido o grupo ideal, todas as egrégoras geradas ou nas quais você penetre, vão induzi-lo à saúde, ao sucesso, à harmonia e à felicidade.

Os antigos consideravam a egrégora um ser vivo, com força e vontade próprias, geradas a partir dos seus criadores ou alimentadores, porém independente das de cada um deles. Para vencê-la ou modificá-la, seria necessário que todos os genitores ou mantenedores o quisessem e atuassem nesse sentido. Acontece que, como cada um individualmente está sob sua influência, praticamente nunca se consegue superá-la.

Se você ocupa uma posição de liderança na empresa, família, clube, etc., terá uma arma poderosa para corrigir o curso de uma egrégora. Poderá afastar os indivíduos mais fracos, mais influenciáveis pelos condicionamentos impostos pela egrégora e que oponham mais resistência às mudanças eventualmente propostas. É uma solução drástica, sempre dolorosa, mas às vezes imprescindível.

Se, entretanto, você não ocupa posição de liderança, o mais aconselhável é seguir o ditado da sabedoria popular: os incomodados que se mudem. Ou seja, saia da egrégora, afastando-se do grupo e de cada indivíduo pertencente a ele. Isso poderá não ser muito fácil, mas é a melhor solução.

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Outro fator fundamental neste estudo é o da incompatibilidade entre egrégoras. Como todo ser humano está sujeito a conviver com a influência de algumas centenas de egrégoras, a arte de viver consiste em só manter no seu espaço vital egrégoras compatíveis. Sendo elas, forças grupais, um indivíduo será sempre o elo mais fraco. Se estiverem em dessintonia umas com as outras, geram um campo de força de repulsão e se você está no seu comprimento de onda, ao repelirem-se mutuamente, elas rasgam-no ao meio, energeticamente. Dilaceram suas energias, como se você estivesse sofrendo o suplício do esquartejamento, com um cavalo amarrado em cada braço e em cada perna, correndo em direções opostas.

Esse esquartejamento traduz-se por sintomas, tais como ansiedade, depressão, nervosismo, agitação, insatisfação ou solidão. Num nível mais agravado, surgem problemas na vida particular, familiar, afetiva, profissional e financeira, pois o indivíduo está disperso e não centrado. No grau seguinte, surgem neuroses, fobias, paranóias, psicopatologias diversas, que todos percebem, menos o mesclante. Finalmente, suas energias entram em colapso e surgem somatizações concretas de enfermidades físicas, das quais, uma das mais comuns é o câncer.

Isso tudo, sem mencionar o fato de que duas ou mais correntes de aperfeiçoamento pessoal, se atuarem simultaneamente sobre o mesmo indivíduo, podem romper seus chakras, já que cada qual induz movimento em velocidades, ritmos e até sentidos diferentes nos seus centros de força.

Com relação à compatibilidade, há algumas regras precisas, das quais pode ser mencionada aqui a seguinte: as egrégoras semelhantes são incompatíveis na razão direta da sua semelhança; as diferentes são compatíveis na razão direta da sua dessemelhança. Você imaginava o contrário, não é?

Todo o mundo se engana ao pensar que as semelhantes são compatíveis e ao tentar a coexistência de forças antagônicas, as quais terminam por destruir o estulto que o intentara.

Quer um exemplo da regra acima? Imagine que um homem normal tenha uma egrégora de família, uma de profissão, uma de religião, uma de partido político, uma de clube de futebol, uma de raça, uma de país e assim sucessivamente. Como são diferentes entre si, conseguem coexistir sem problemas. Aquele homem poderia ter qualquer profissão e qualquer partido político, torcer por qualquer clube e freqüentar qualquer igreja.

Agora imagine o outro caso. Esse mesmo homem resolve ter duas famílias, torcer para vários clubes de futebol, pertencer a partidos políticos de direita e de esquerda ao mesmo tempo, exercer a medicina e a advocacia simultaneamente e ser católico aos domingos, protestante às segundas e judeu aos sábados! Convenhamos que a pessoa em questão é psiquiatricamente desequilibrada. Não obstante, é o que muita gente faz quando se trata de seguir correntes de aperfeiçoamento interior: a maioria acha que não tem importância misturar aleatoriamente Yôga, tai-chi, rei-ki, macrobiótica, teosofia e quantas coisas mais se lhe cruzarem pela frente. Então, bom proveito na sua salada mista!

Notas do webmaster do Imagick:

1) É possível percorrer caminhos paralelos, isto é, pertencer a egrégoras similares, depois de um bom adestramento mental, como por exemplo, as técnicas apresentadas em nosso curso: Pensamento Mágicko. O indivíduo transita pelas egrégoras de forma consciente e controlada.

2) O Imagick possui a sua egrégora própria focalizada na figura de Aratron, Mestre do karma e do tempo. Criada com características polivalentes que vão desde o conhecimento múltiplo até a defesa de cada um dos membros que estão sob a sua constante proteção.



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Encontrado na Biblioteca Alexandria Virtual

domingo, 7 de junho de 2009

A Carga da Deusa

Ouçam as palavras da Grande Mãe,

Aquela que desde a Antigüidade foi chamada de
Ártemis, Astarte, Diana, Melusine, Cerridwen, Diana
e muitos outros nomes.

Sempre que tiverem necessidade de alguma coisa,
uma vez por mês, especialmente quando a lua estiver cheia,
reúnam-se em algum lugar secreto e adorem Meu Espírito,
pois sou a Deusa de todos os Sábios.

Vivam livres da escravidão e, como sinal de que são livres,
cantem, dancem, banqueteiem-se, façam músicas e amor,
tudo em Meu louvor.

Pois Meu é o êxtase do espírito,
mas Minha também é a alegria.

Minha lei é amor a todos os seres.

Minha é a porta sagrada que se abre para a terra da juventude,
e Minha é a taça de vinho da vida que é o Caldeirão de Cerridwen,
que é o Santo Graal da Imortalidade.

Eu dou o conhecimento do espírito eterno e,
além da morte, dou paz, liberdade e reunião com que partiram antes.

Eu não exijo sacrifícios, pois eis que eu sou a Mãe de todas as coisas
e Meu amor derrama-se sobre toda a Terra.

Agora ouçam as palavras da Deusa Estrela,
cuja poeira dos pés são as hostes do Céu,
cujo corpo envolve o Universo.

Eu, que sou a beleza da Terra verde, e a branca Lua entre as estrelas,
convoco suas almas... levantem-se e venham a Mim.

Pois sou a alma da Natureza que dá vida ao Universo.

De Mim procedem todas as coisas, e para Mim devem retornar.

Que Minha adoração esteja no coração que se regozija,
pois eis que todos os atos de amor e de prazer são Meus rituais.

Que haja beleza e força, poder e compaixão, honra e humildade,
jovialidade e reverência dentro de cada um.

E aqueles que procuram conhecer-Me,
saibam que sua busca e desejo não encontrarão fora,
pois eis que estive com vocês desde o princípio
e Eu sou aquilo que é atingido ao final do desejo.

Doreen Valiente (?)