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domingo, 28 de junho de 2009

COMO SE TORNAR BRUXA OU BRUXO

É muito comum as pessoas perguntarem como se tomar bruxa ou bruxo. Há as mais diferentes expectativas incluídas nessa pergunta, mas em geral, se pode dizer que as pessoas estejam querendo informações sobre a prática da bruxaria.

É preciso desde o início esclarecer que não basta alguém se filiar a um grupo para entrar na bruxaria. Aliás, no mais das vezes, o início do caminho é sempre solitário. Não busque mestres ou _líderes, primeiro saiba o que é a bruxaria Wicca e descubra se é dessa maneira que você deseja viver. Lembre-se, também que a Wicca não é uma religião convencional, ou seja, ela não tem sacerdotes e seguidores (como uma igreja católica com padres e fiéis, por exemplo). A Wicca é uma religião iniciática, o que significa que só é wiccaniano quem, após um tempo de preparo, resolve assumir o Sacerdócio da Deusa Tríplice e seu Consorte.

Faremos aqui um parêntese para esclarecer que tudo o que diremos se refere à bruxaria Wicca, chamada de bruxaria moderna, surgida na Inglaterra no início dos anos 50, no século XX. Essa explicação se faz necessária para que não haja confusão com muitas outras práticas que as pessoas também chamam de bruxaria. A palavra bruxa/o, na linguagem comum, tem mil significados. Aqui essa palavra é encarada como a pessoa que se dedica à prática da Wicca, que é uma religião pagã, cujo maior valor é a vida e que busca o equilíbrio e aperfeiçoamento contínuo de seus participantes, visando sua integração cada vez maior à natureza.

Wicca é uma religião e, como tal, pode ser aprendida e adotada por qualquer pessoa que com ela se sinta sintonizado. É muito comum ouvir argumentos de que só uma pessoa com "hereditariedade de bruxos" poderia se dedicar à bruxaria. Na Wicca isso é pura tolice. Os Deuses Antigos não escolhem suas sacerdotisas e sacerdotes por olharem seu "pedigree" ou sua árvore genealógica... Para ingressar na Wicca só há um requisito: que você deseje se tomar sacerdotisa ou sacerdote da Deusa e seu Consorte.

Também se escuta com freqüência que somente mulheres podem se dedicar à prática da bruxaria. Isso não é verdade. A Wicca é uma religião aberta a homens e mulheres, embora haja grupos que prefiram trabalhar com apenas um dos sexos. Como ha liberdade entre nós quanto à forma de se organizar é absoluta, cada um deve buscar o que lhe convém.

Ingressar na prática da bruxaria significa querer irmanar-se com a natureza, começar um caminho mágico de percepção diferenciada do universo, com uma profunda sensação de integração e integridade. Significa responsabilizar-se por sua vida e seus atos, reconhecendo que tudo o que você vive é produto de suas escolhas.

Um outro questionamento freqüente sobre ser bruxa(o) é feito pelas pessoas da seguinte maneira:

"Você é uma bruxa(o) do bem? Ou do mal?". Essa pergunta é fruto de um modo de pensar que caracteriza o mundo ocidental, profundamente arraigado nas mentes criadas na civilização judaico­cristã, e que se chama maniqueísmo. Por essa visão do mundo, há sempre dualidades que se opõem: deus e diabo, bem e mal, preto e branco, luz e trevas, nós - os salvos, os escolhidos e os outros, os errados, os maus.

Os pagãos em geral (entre os quais se encontram as bruxas) - pessoas que praticam uma espiritualidade ligada aos antigos povos pré-cristãos, as chamadas Religiões da Terra, não vivem de acordo com padrões de julgamento maniqueístas. Não cremos em bem oposto a mal, muito menos na existência de algum inimigo poderoso e concorrente da Divindade (ou seja, não acreditamos que exista um demônio ou coisa semelhante). Cremos que tudo que há no universo contem em si o Todo, ou seja, aquilo que chamamos de bem ou mal é apenas fruto de nossa experiência subjetiva. Muito bem isso é expresso em um pensamento de Riehard Bach:

"O que a lagarta chama de Fim de Mundo o mestre chama de Borboleta".

Logicamente reconhecer que não exista nada completamente bom, nem mal, ou ainda reconhecer -que o universo e a magia não são brancos, nem negros, mas têm uma infinidade de tons de cinza. Não implica se poder dizer que as bruxas e bruxos pratiquem o mal ou não sigam um código de conduta

Vejamos: As bruxas Wiccanianas praticam uma religião em que o valor maior é a Vida. Também: crêem que a Deusa criou o Universo ligando todos os seres e todas as coisas formando a Grande. Teia da existência. Essa teia une todos os seres, assim, o que cada um faz afeta o Todo. Creio que é bem fácil compreender porque nossa religião dispensa mandamentos, promessas de recompensas ou castigos para que as pessoas não cometam más ações... Só estamos sujeitos a um mandamento chamado Wiccan Rede ou a Lei (ou Dogma) da Arte: "Faze o que quiseres se a ninguém prejudicar”.

Não há na visão de mundo de um(a) bruxo(a) a possibilidade de acreditar-se joguete entre seres poderosos bons e maus, nem deuses e demônios. Wicca é um caminho de reconhecimento e desenvolvimento do poder pessoal - não poder sobre os outros, mas poder de se conhecer, determinar sua vida e desenvolver ao máximo os dons com que você foi dotado pelos Deuses. O Universo não é uma história de mocinhos e bandidos, defensores do bem contra defensores do mal. O universo é o Todo, o Todo é a Deusa Primordial, cujo corpo sagrado é formado por tudo o que existe. Por essa forma de ver o mundo um wiccaniano não mata alguém, por exemplo, não porque estaria descumprindo um mandamento, mas sim porque reconhece que o desrespeito à vida afeta a ele mesmo porque abala a Grande Teia.

Saber que para um bruxo tudo o que existe é sagrado dá uma dimensão de como a vida se transforma quando resolvemos seguir o caminho da bruxaria, ou a Arte, como dizem alguns. Não há mudança de comportamento, ninguém dita regras. Suas escolhas, desde que feitas de acordo com a lei da Arte, são questões exclusivamente pessoais. Você encontrará bruxos que são vegetarianos e que comem carne, bruxas que se vestem de preto e as que não gostam dessa cor, bruxas contra e a favor do aborto, bruxos que são fumantes ou não, bruxos que se abstém de álcool e as( os) que adoram um drink na happy hour, etc...

Se há tantas diferenças entre as pessoas que praticam a bruxaria Wicca, o que é ser bruxo(a)? Ser bruxo(a) é viver como bruxo(a), isso significando viver de acordo com os eternos ciclos da natureza, celebrando as mudanças e os ritmos da Lua e do Sol e reconhecendo nesses ciclos eternos os Deuses Antigos.

E como alguém adota a Wicca como sua religião?

Na verdade, é muito simples:

- Você tem o interesse?

- Se informa a respeito?

- Isso é o que a maioria das pessoas fala, que se deve estudar muito!

- Conhecer as bases da religião e DECIDE IR EM FRENTE!

- Você está pronto para cultuar a Deusa e seu Consorte, mudando sua religião?

- Você está pronto para transformar sua visão de vida completamente, percebendo o que significa ser parte da Criação como um pedaço do Corpo Sagrado da Deusa?

- Você está pronto a assumir que é o único responsável por tudo o que ocorre na sua vida e que seus atos influenciam todos os seres que se interligam na teia cósmica da Criação?

- Você está pronto a viver sua vida inteira - não apenas os atos ritualísticos de forma mágica, ou seja, ·sabendo que a sua vontade é capaz de moldar a realidade e seus atos geram conseqüências com as quais tem de arcar?

- Você está pronto a ver a natureza e todos os seres como seus irmãos, inclusive pessoas que ajam diferente em termos de crenças, opções, opiniões, atos?

- Você está pronto a aceitar as diferenças dos outros e conviver na diversidade, que é reflexo da própria multiplicidade da Deusa?

- Você aceita o compromisso de agir como um Filho(a) da Terra e reconhecer sua sacralidade. Assumindo sua porção de trabalho no processo de cura do planeta, da humanidade e no seu próprio equilíbrio interior?

Talvez estas perguntas pareçam complicadas para vocês... Se tornar bruxa(o) é como se apaixonar! É fruto de uma mudança interna, um processo de se entrar em compasso com o bater do coração da Terra e reconhecer que ele é o pulsar do coração do grande Sol do centro do universo.

Praticar os rituais é uma decisão muito simples se você passar por todas essas decisões. Você aprende o método e as formas dos rituais, como qualquer religião. Mas seus atos ritualísticos serão vazios e desprovidos de poder se não colocar neles toda sua paixão, intenção, energia e vontade! Se já passou pelas fases do SABER - adquirindo conhecimentos - e do QUERER (tomou as decisões acima) - agora é hora de OUSAR E ousar é PRATICAR, erguer seu Athame, apontar as direções e invocar os elementos, abrir seu círculo e chamar Deusa e o Deus para os: fins que você quiser ­afinal esta é a religião da perfeita liberdade - “perfect love and perfect trust".

Começar a praticar é uma decisão só sua Seguir o Caminho vem por si só... Foi o que todos nós fizemos, nós que aprendemos nos livros, mas descobrimos na alma o amor que nos levou à Arte. Alma essa que também é parte da Deusa, pois ela é a "anima mundi", a alma do mundo.

Se depois de tudo isso você ainda tiver dúvidas sobre se deve ou não se tornar bruxa( o), responda:

Você ouviu o chamado da Senhora?

Ela canta sua Canção Sagrada em tudo o que existe, sussurra na brisa nas folhagens, grita nos relâmpagos, ruge nos vulcões. Ela geme em cada grito de dor, se faz ouvir no choro do recém nascido e do moribundo, na altivez do leão e nas patas da gazela. Ela chora nas queimadas da Amazônia, é ferida nas guerras, se encontra na fome e na satisfação da fome. Ela é vida e é morte. É a terra com seus frutos abundantes e a Ceifeira que traz a morte e a putrefação, de onde a vida torna a brotar...

Ela canta sua canção mais bela quando a Lua enche nos céus... É a Senhora das águas que correm, trazendo vida ao planeta... Sua música é a complexa sinfonia sem fim das vastidões das galáxias e suas notas mais brilhantes são cada uma das estrelas.

Se você ouviu algum dia tudo isso, não há lugar no universo onde você possa se esconder do chamado da Deusa e nessa hora, se você simplesmente responder ao chamado e escolher o Antigo Caminho, será um(a) bruxo(a).

Seja bem vindo(a)! Abençoado(a) Seja!

Mavesper Cy Ceridwen

quarta-feira, 24 de junho de 2009

A lei e nossos direitos

Constituição Federal do Brasil.

Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em Lei;

Código Penal Brasileiro:

Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo

Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:

Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou milita.

Parágrafo único - Se há emprego de violência, _ a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.

Estatuto da Criança e do Adolescente:

Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

II - opinião e expressão;

III - crença e culto religioso;

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
Artigo II

Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.

Artigo XVIII

Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.

sábado, 13 de junho de 2009

A Roda do Ano

Ela traz as Flores na Primavera e sorri por entre os prados Quando é verão, com Sua voz suave, Ela conta nos copados Ela corta a cana e colhe o grão quando as folhas cobrem o chão e no frio do inverno, Ela envolve a Terra com o Seu manto e proteção.

Mito da Roda do Ano

Em Samhain, o Festival do retorno da Morte, os portões dos mundos se abrem e a Deusa transforma-se na Velha Sábia, a Senhora do Caldeirão, e o Deus é o Rei da Morte que guia as almas perdidas através dos dias escuros de Inverno. Em Yule, a escuridão reina como se estivéssemos no caldeirão da Deusa. Assim, o Rei das sombras transforma-se na Criança da Promessa, o Filho do sol, que deverá nascer para restaurar a Natureza. Em Imbolc, a luz cresce, o Deus nascido em Yule se manifesta com todo seu vigor, e a Criança da Promessa cresce com a vitalidade e é festejada, pois os dias tornam-se visivelmente mais longos e renova-se a esperança. Em Ostara, luz e sombras são equilibradas. A luz da vida se eleva e o Deus quebra as correntes do inverno. A Deusa é a Virgem e o Deus renascido é jovem e vigoroso. O amor sagrado da Deusa e do Deus é a promessa do crescimento e da fertilidade. Em Beltane, a Deusa se transforma em um lindo Cervo Branco e o jovem Deus é o Caçador alado. Ao ser perseguida pela floresta, o Cervo Branco se transforma em uma linda mulher, e assim Eles se unem e a sua paixão sustenta o mundo. Chega então Litha, A Deusa é a Rainha do Verão e o Deus, um homem de extrema força e virilidade. O Sol começa a minguar e o Deus começa a seguir rumo ao País de Verão. A Deusa é pura satisfação e demonstra isso através das folhas verdes e das lindas flores do verão. Em lammas, a Deusa dá a luz e o Deus novamente morre pela Deusa. A Deusa precisa de sua energia de vida para que a vida possa crescer e prosseguir. O Deus se sacrifica para que a humanidade seja nutrida, mas através do grão Ele renasce. No ápice de sua abundância, ele retira através Dela. Em Mabon, as luzes e as trevas se equilibram novamente; porem o Sol começa a minguar mais rapidamente. O Deus torna-se então o Ancião, o Senhor das Sombras. Chega novamente Samhain e então o ciclo recomeça, e assim tudo retorna a Deusa. Assim sempre foi e será!

Os Sabbats

Existem oito datas pré-determinadas durante o decorrer do ano nas quais os ciclos da Natureza são celebrados. Essas datas são chamadas de Sabbats. Para nós, o ano é uma grande Roda sem começo nem fim e por isso os oito Sabbats, que juntos formam "A Roda do Ano" da religião Wicca, possuem grande significado para Wiccanos e é uma das chaves principais para o entendimento de nossa religião. A Wicca vê uma relação profunda entre o ser humano e o ambiente onde ele vive. Nós, Bruxos, acreditamos que a Natureza é a própria manifestação da Deusa e, dessa forma, nada mais lógico do que celebrar as mudanças que ocorrem nela. A Roda do Ano é vista como um ciclo ininterrupto de vida, morte e renascimento. Assim, reflete a passagem das estações do ano, as mudanças interiores e exteriores provocadas por elas e a nossa própria ligação com o mundo. Para nós tudo aquilo que vive e respira é divino e, ao percebermos nossa ligação com o mundo, celebramos a vida através das mudanças das estações do ano, pois é dessa forma que estabelecemos contato com os Deuses. Quando celebramos um Sabbat, atraímos as energias do mundo natural e de nossas próprias vidas para dentro de nós, pois dessa forma alcançamos a unidade com o mundo divino.

O significado dos Sabbats mudou muito através dos tempos, e hoje é quase impossível imaginarmos como era importante para os nossos ancestrais uma farta colheita e como ela era festejada. Atualmente a maioria de nós não tem mais de plantar seu próprio alimento, e assim as mudanças dos ciclos sazonais nos passam quase que desapercebidamente. Porém, para nós, Pagãos, o resgate da observação das mudanças sazonais é vital, pois mudanças na Natureza representam mudanças em nossa própria vida, já que somos parte da Natureza também. Qualquer pessoa que siga a Wicca está afirmando sua convicção na sacralidade da Terra e, portanto, reconhecendo a dependência da Terra para nossa própria sobrevivência. Hoje, é claro, o estilo de vida da maioria das pessoas faz com que estas não percebam os ciclos existentes na Natureza e a importância da observação da germinação, do crescimento e da deterioração, mas isso não significa que eles não existam. Um Bruxo procura sempre conectar a Natureza em todas as suas manifestações, não só observando a Natureza, mas também sentindo o fluxo dela em nós e as mudanças provocadas no cotidiano através dela. Os mistérios da Deusa e do Deus e seus diferentes aspectos estão contidos em cada estação. A Roda do Ano simboliza a história ancestral da Deusa e do Deus e o ciclo de morte e renascimento do seu Filho e Consorte, simbolizado pelo próprio Sol. A Roda do Ano Wiccana possui dois significados distintos: a Roda da Celebração da Natureza e a Roda da Iniciação. Como uma Roda da Iniciação, ela expressa os ensinamentos dos Antigos através das estações, pois os Deuses e a Natureza são um só. Explorando os mistérios das estações, estamos na realidade penetrando nos mistérios mais profundos da Deusa e do Deus. Como uma Roda de Celebração, a própria Deusa diz: Que minha adoração esteja dentro do seu coração, pois todos os atos de amor e prazer são meus rituais.. Dance, cante e festeje, faça música, tudo isso em meu elogio. Todos os Covens e Wiccanos se reúnem nos dias de Sabbats para celebrar a Deusa e as bênçãos que Ela concede à Terra através das mudanças das estações. A Roda do Ano é composta de oito festividades distintas, porém interligadas; os Equinócios e Solísticios são chamados de Sabbats Menores e marcam a trajetória do Sol pelo céu. Os outros quatro festivais fixados em datas pré-determinadas são chamados de Sabbats Maiores e celebram o ciclo agrícola da Terra, marcando a semeadura, o plantio e a colheita. Os nomes dos Sabbats variam de Tradição para Tradição, mas os mais comuns são:

  • Samhain: Celebrado no dia 1° de maio no hemisfério Sul e no dia 31 de outubro no hemisfério Norte.
  • Yule: Celebrado por volta do dia 21 de junho no hemisfério Sul e por volta do dia 21 de dezembro no hemisfério Norte.
  • Imbolc: Celebrado no dia 1º de agosto no hemisfério Sul e no dia 2 de fevereiro no hemisfério Norte.
  • Ostara: celebrado por volta do dia 22 de setembro no hemisfério Sul e por volta do dia 21 de março no hemisfério Norte.
  • Beltane: Celebrado no dia 31 de outubro no hemisfério Sul e no dia 1º de maio no hemisfério Norte.
  • Litha: Celebrado por volta de 21 de dezembro no hemisfério Sul e por volta do dia 21 de junho no hemisfério Norte.
  • Lammas: Celebrado no dia 2 de fevereiro no hemisfério Sul e no dia 1º de agosto no hemisfério Norte.
  • Mabon: Celebrado por volta do dia 21 de março no hemisfério Sul e por volta de 22 de setembro no hemisfério Norte.

Os Sabbats são divididos em duas categorias: Sabbats Maiores: Samhain, Imbolc, Beltane e Lammas e Sabbats Menores: Yule, Ostara, Litha e Mabon.

É importante ter em mente que os Sabbats são celebrações de um tempo no ano e não de uma data. A maior parte dos livros encontrados sobre Bruxaria foi escrita por autores do hemisfério Norte, o que torna correto então dizer que Beltane é a celebração da Véspera de maio. As pessoas do hemisfério Norte vão automaticamente deduzir que "Beltane é o término da Primavera, pouco antes de o Verão atingir sua ascensão". É claro que se Beltane for comemorado no hemisfério Sul no dia 1º de maio estaremos , quase ingressando no Inverno, o que sazonalmente seria incorreto. Sendo assim, devemos estar atentos quanto às datas dos Sabbats. Não podemos cair no mesmo erro de outras religiões, que não vêem nenhuma conexão particular entre a humanidade e o ambiente, e por isso, por exemplo, não acham contraditório celebrar a Páscoa no Outono ou o Natal de Verão. A celebração da vida, da Natureza e a conexão com as passagens das estações são muito importantes para nós, Bruxos, onde quer que vivamos. Esta é a essência da Wicca! O Ano Wiccano começa e termina em Samhain, a celebração feita em homenagem aos mortos, quando o véu que separa o mundo dos homens do mundos dos Deuses se torna mais fino. O Solstício de Inverno vem logo em seguida, e nele celebramos o renascimento do Sol; aproximadamente seis semanas depois celebramos Imbolc, com os priemiros sinais da luz, quando a Primavera se aproxima. Logo após Imbolc, em torno do dia 22 de setembro, festejamos Ostara e a chegada da Primavera e, em seguida, Beltane é comemorado, e a União da Deusa e do Deus é celebrada. Em torno de seis semanas após Beltane, celebram-se Litha e a chegada do Verão, onde o sol alcança seu apogeu, mas começa automaticamente o seu declínio. Logo depois, vem Lammas com a celebração das primeiras colheitas e o grão renascido que será ceifado. Por volta de 22 de março, chega então Mabon e a segunda colheita é festejada. Aproximadamente depois de seis semanas chega novamente Samhain e a Roda do Ano termina seu ciclo e recomeça uma vez mais de forma ininterrupta.

Sabbats Maiores

Sabbats Menores

Samhain - A Morte do Deus (31 de outubro no hemisfério Norte & 1º de maio no hemisfério Sul)

Yule - O Nascimento da Criança da Promessa (21 de dezembro no hemisfério Norte & 21 de junho no hemisfério Sul

Imbolc - A Promessa da Primavera (2 de fevereiro no hemisfério Norte & 1° de agosto no hemisfério Sul)

Ostara - A Terra Desperta (21 de março no hemisfério Norte & 21 de setembro no hemisfério Sul)

Beltane - Os Amantes se Enlaçam (1º de maio no hemisfério Norte & 31 de outubro no hemisfério Sul)

Litha - Movimento de Alegria e Regozijo (21 de junho no hemisfério Norte & 21 de dezembro no hemisfério Sul)

Lammas - O Sacrifício do Pai (2 de fevereiro no hemisfério Sul & 1º de agosto no hemisfério Norte)

Mabon - A Segunda Colheita (21 de março no hemisfério Sul & 22 de setembro no hemisfério Norte)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

RECOMECE SEMPRE...

Observe a natureza.
Tudo nela é recomeço.
No lugar da poda surgem os brotos novos.
Com a água, a planta viceja novamente (renasce).
Nada pára.
A própria Terra se veste diferentemente todas as manhãs.
Isso acontece também conosco...
A ferida cicatriza.
A dores desaparecem.
A doença é vencida pela saúde.
A calma vem após o nervosismo.
O descanso restitui as forças.
Recomece.
Anime-se.
Se preciso, faça tudo novamente.
Assim é a VIDA!
Recomece sempre...

Desconheço o autor, mas concordo com ele!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Egrégora

Egrégora provém do grego egregoroi (egrégoroi) e designa a força gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade. Todos os agrupamentos humanos possuem suas egrégoras características: todas as empresas, clubes, religiões, famílias, partidos, etc.
Egrégora é como um filho coletivo, produzido pela interação "genética" das diferentes pessoas envolvidas. Se não conhecermos o fenômeno, as egrégoras vão sendo criadas a esmo e os seus criadores tornam-se logo seus servos já que são induzidos a pensar e agir sempre na direção dos vetores que caracterizaram a criação dessas entidades gregárias. Serão tanto mais escravos quanto menos conscientes estiverem do processo. Se conhecermos sua existência e as leis naturais que as regem, tornamo-nos senhores dessas forças colossais.

Por axioma, um ser humano nunca vence a influência de uma egrégora caso se oponha frontalmente a ela. A razão é simples. Uma pessoa, por mais forte que seja, permanece uma só. A egrégora acumula a energia de várias, incluindo a dessa própria pessoa forte. Assim, quanto mais poderoso for o indivíduo, mais força estará emprestando à egrégora para que ela incorpore às dos demais e o domine.

A egrégora se realimenta das mesmas emoções que a criaram. Como ser vivo, não quer morrer e cobra o alimento aos seus genitores, induzindo-os a produzir, repetidamente, as mesmas emoções. Assim, a egrégora gerada por sentimentos de revolta e ódio, exige mais revolta e ódio. No caso dos partidos ou facções extremistas, por exemplo, são os intermináveis atentados. No das revoluções, freqüentemente, os primeiros líderes revolucionários a alcançar o poder passam de heróis a traidores. Terminam os seus dias exatamente como aqueles que acabaram de destronar (segundo Richelieu, ser ou não ser um traidor, é uma questão de datas).

Já a egrégora criada com intenções saudáveis, tende a induzir seus membros a continuar sendo saudáveis. A egrégora de felicidade, procura "obrigar" seus amos a permanecer sendo felizes. Dessa forma, vale aqui a questão: quem domina a quem? Conhecendo as leis naturais, você canaliza forças tremendas, como o curso de um rio, e as utiliza em seu benefício.

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A única maneira de vencer a influência da egrégora é não se opor frontalmente a ela. Para tanto é preciso ter Iniciação, estudo e conhecimento suficiente sobre o fenômeno. Como sempre, as medidas preventivas são melhores do que as corretivas. Portanto, ao invés de querer mudar as características de uma determinada egrégora, o melhor é só gerar ou associar-se a egrégoras positivas. Nesse caso, sua vida passaria a fluir como uma embarcação a favor da correnteza. Isso é fácil de se conseguir. Se a egrégora é produzida por grupos de pessoas, basta você se aproximar e freqüentar as pessoas certas: gente feliz, descomplicada, saudável, de bom caráter, boa índole. Mas também com fibra, dinamismo e capacidade de realização; sem vícios nem mentiras, sem preguiça ou morbidez. O difícil é diagnosticar tais atributos antes de se relacionar com elas.

Uma vez obtido o grupo ideal, todas as egrégoras geradas ou nas quais você penetre, vão induzi-lo à saúde, ao sucesso, à harmonia e à felicidade.

Os antigos consideravam a egrégora um ser vivo, com força e vontade próprias, geradas a partir dos seus criadores ou alimentadores, porém independente das de cada um deles. Para vencê-la ou modificá-la, seria necessário que todos os genitores ou mantenedores o quisessem e atuassem nesse sentido. Acontece que, como cada um individualmente está sob sua influência, praticamente nunca se consegue superá-la.

Se você ocupa uma posição de liderança na empresa, família, clube, etc., terá uma arma poderosa para corrigir o curso de uma egrégora. Poderá afastar os indivíduos mais fracos, mais influenciáveis pelos condicionamentos impostos pela egrégora e que oponham mais resistência às mudanças eventualmente propostas. É uma solução drástica, sempre dolorosa, mas às vezes imprescindível.

Se, entretanto, você não ocupa posição de liderança, o mais aconselhável é seguir o ditado da sabedoria popular: os incomodados que se mudem. Ou seja, saia da egrégora, afastando-se do grupo e de cada indivíduo pertencente a ele. Isso poderá não ser muito fácil, mas é a melhor solução.

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Outro fator fundamental neste estudo é o da incompatibilidade entre egrégoras. Como todo ser humano está sujeito a conviver com a influência de algumas centenas de egrégoras, a arte de viver consiste em só manter no seu espaço vital egrégoras compatíveis. Sendo elas, forças grupais, um indivíduo será sempre o elo mais fraco. Se estiverem em dessintonia umas com as outras, geram um campo de força de repulsão e se você está no seu comprimento de onda, ao repelirem-se mutuamente, elas rasgam-no ao meio, energeticamente. Dilaceram suas energias, como se você estivesse sofrendo o suplício do esquartejamento, com um cavalo amarrado em cada braço e em cada perna, correndo em direções opostas.

Esse esquartejamento traduz-se por sintomas, tais como ansiedade, depressão, nervosismo, agitação, insatisfação ou solidão. Num nível mais agravado, surgem problemas na vida particular, familiar, afetiva, profissional e financeira, pois o indivíduo está disperso e não centrado. No grau seguinte, surgem neuroses, fobias, paranóias, psicopatologias diversas, que todos percebem, menos o mesclante. Finalmente, suas energias entram em colapso e surgem somatizações concretas de enfermidades físicas, das quais, uma das mais comuns é o câncer.

Isso tudo, sem mencionar o fato de que duas ou mais correntes de aperfeiçoamento pessoal, se atuarem simultaneamente sobre o mesmo indivíduo, podem romper seus chakras, já que cada qual induz movimento em velocidades, ritmos e até sentidos diferentes nos seus centros de força.

Com relação à compatibilidade, há algumas regras precisas, das quais pode ser mencionada aqui a seguinte: as egrégoras semelhantes são incompatíveis na razão direta da sua semelhança; as diferentes são compatíveis na razão direta da sua dessemelhança. Você imaginava o contrário, não é?

Todo o mundo se engana ao pensar que as semelhantes são compatíveis e ao tentar a coexistência de forças antagônicas, as quais terminam por destruir o estulto que o intentara.

Quer um exemplo da regra acima? Imagine que um homem normal tenha uma egrégora de família, uma de profissão, uma de religião, uma de partido político, uma de clube de futebol, uma de raça, uma de país e assim sucessivamente. Como são diferentes entre si, conseguem coexistir sem problemas. Aquele homem poderia ter qualquer profissão e qualquer partido político, torcer por qualquer clube e freqüentar qualquer igreja.

Agora imagine o outro caso. Esse mesmo homem resolve ter duas famílias, torcer para vários clubes de futebol, pertencer a partidos políticos de direita e de esquerda ao mesmo tempo, exercer a medicina e a advocacia simultaneamente e ser católico aos domingos, protestante às segundas e judeu aos sábados! Convenhamos que a pessoa em questão é psiquiatricamente desequilibrada. Não obstante, é o que muita gente faz quando se trata de seguir correntes de aperfeiçoamento interior: a maioria acha que não tem importância misturar aleatoriamente Yôga, tai-chi, rei-ki, macrobiótica, teosofia e quantas coisas mais se lhe cruzarem pela frente. Então, bom proveito na sua salada mista!

Notas do webmaster do Imagick:

1) É possível percorrer caminhos paralelos, isto é, pertencer a egrégoras similares, depois de um bom adestramento mental, como por exemplo, as técnicas apresentadas em nosso curso: Pensamento Mágicko. O indivíduo transita pelas egrégoras de forma consciente e controlada.

2) O Imagick possui a sua egrégora própria focalizada na figura de Aratron, Mestre do karma e do tempo. Criada com características polivalentes que vão desde o conhecimento múltiplo até a defesa de cada um dos membros que estão sob a sua constante proteção.



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Encontrado na Biblioteca Alexandria Virtual

domingo, 7 de junho de 2009

A Carga da Deusa

Ouçam as palavras da Grande Mãe,

Aquela que desde a Antigüidade foi chamada de
Ártemis, Astarte, Diana, Melusine, Cerridwen, Diana
e muitos outros nomes.

Sempre que tiverem necessidade de alguma coisa,
uma vez por mês, especialmente quando a lua estiver cheia,
reúnam-se em algum lugar secreto e adorem Meu Espírito,
pois sou a Deusa de todos os Sábios.

Vivam livres da escravidão e, como sinal de que são livres,
cantem, dancem, banqueteiem-se, façam músicas e amor,
tudo em Meu louvor.

Pois Meu é o êxtase do espírito,
mas Minha também é a alegria.

Minha lei é amor a todos os seres.

Minha é a porta sagrada que se abre para a terra da juventude,
e Minha é a taça de vinho da vida que é o Caldeirão de Cerridwen,
que é o Santo Graal da Imortalidade.

Eu dou o conhecimento do espírito eterno e,
além da morte, dou paz, liberdade e reunião com que partiram antes.

Eu não exijo sacrifícios, pois eis que eu sou a Mãe de todas as coisas
e Meu amor derrama-se sobre toda a Terra.

Agora ouçam as palavras da Deusa Estrela,
cuja poeira dos pés são as hostes do Céu,
cujo corpo envolve o Universo.

Eu, que sou a beleza da Terra verde, e a branca Lua entre as estrelas,
convoco suas almas... levantem-se e venham a Mim.

Pois sou a alma da Natureza que dá vida ao Universo.

De Mim procedem todas as coisas, e para Mim devem retornar.

Que Minha adoração esteja no coração que se regozija,
pois eis que todos os atos de amor e de prazer são Meus rituais.

Que haja beleza e força, poder e compaixão, honra e humildade,
jovialidade e reverência dentro de cada um.

E aqueles que procuram conhecer-Me,
saibam que sua busca e desejo não encontrarão fora,
pois eis que estive com vocês desde o princípio
e Eu sou aquilo que é atingido ao final do desejo.

Doreen Valiente (?)