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sábado, 13 de junho de 2009

A Roda do Ano

Ela traz as Flores na Primavera e sorri por entre os prados Quando é verão, com Sua voz suave, Ela conta nos copados Ela corta a cana e colhe o grão quando as folhas cobrem o chão e no frio do inverno, Ela envolve a Terra com o Seu manto e proteção.

Mito da Roda do Ano

Em Samhain, o Festival do retorno da Morte, os portões dos mundos se abrem e a Deusa transforma-se na Velha Sábia, a Senhora do Caldeirão, e o Deus é o Rei da Morte que guia as almas perdidas através dos dias escuros de Inverno. Em Yule, a escuridão reina como se estivéssemos no caldeirão da Deusa. Assim, o Rei das sombras transforma-se na Criança da Promessa, o Filho do sol, que deverá nascer para restaurar a Natureza. Em Imbolc, a luz cresce, o Deus nascido em Yule se manifesta com todo seu vigor, e a Criança da Promessa cresce com a vitalidade e é festejada, pois os dias tornam-se visivelmente mais longos e renova-se a esperança. Em Ostara, luz e sombras são equilibradas. A luz da vida se eleva e o Deus quebra as correntes do inverno. A Deusa é a Virgem e o Deus renascido é jovem e vigoroso. O amor sagrado da Deusa e do Deus é a promessa do crescimento e da fertilidade. Em Beltane, a Deusa se transforma em um lindo Cervo Branco e o jovem Deus é o Caçador alado. Ao ser perseguida pela floresta, o Cervo Branco se transforma em uma linda mulher, e assim Eles se unem e a sua paixão sustenta o mundo. Chega então Litha, A Deusa é a Rainha do Verão e o Deus, um homem de extrema força e virilidade. O Sol começa a minguar e o Deus começa a seguir rumo ao País de Verão. A Deusa é pura satisfação e demonstra isso através das folhas verdes e das lindas flores do verão. Em lammas, a Deusa dá a luz e o Deus novamente morre pela Deusa. A Deusa precisa de sua energia de vida para que a vida possa crescer e prosseguir. O Deus se sacrifica para que a humanidade seja nutrida, mas através do grão Ele renasce. No ápice de sua abundância, ele retira através Dela. Em Mabon, as luzes e as trevas se equilibram novamente; porem o Sol começa a minguar mais rapidamente. O Deus torna-se então o Ancião, o Senhor das Sombras. Chega novamente Samhain e então o ciclo recomeça, e assim tudo retorna a Deusa. Assim sempre foi e será!

Os Sabbats

Existem oito datas pré-determinadas durante o decorrer do ano nas quais os ciclos da Natureza são celebrados. Essas datas são chamadas de Sabbats. Para nós, o ano é uma grande Roda sem começo nem fim e por isso os oito Sabbats, que juntos formam "A Roda do Ano" da religião Wicca, possuem grande significado para Wiccanos e é uma das chaves principais para o entendimento de nossa religião. A Wicca vê uma relação profunda entre o ser humano e o ambiente onde ele vive. Nós, Bruxos, acreditamos que a Natureza é a própria manifestação da Deusa e, dessa forma, nada mais lógico do que celebrar as mudanças que ocorrem nela. A Roda do Ano é vista como um ciclo ininterrupto de vida, morte e renascimento. Assim, reflete a passagem das estações do ano, as mudanças interiores e exteriores provocadas por elas e a nossa própria ligação com o mundo. Para nós tudo aquilo que vive e respira é divino e, ao percebermos nossa ligação com o mundo, celebramos a vida através das mudanças das estações do ano, pois é dessa forma que estabelecemos contato com os Deuses. Quando celebramos um Sabbat, atraímos as energias do mundo natural e de nossas próprias vidas para dentro de nós, pois dessa forma alcançamos a unidade com o mundo divino.

O significado dos Sabbats mudou muito através dos tempos, e hoje é quase impossível imaginarmos como era importante para os nossos ancestrais uma farta colheita e como ela era festejada. Atualmente a maioria de nós não tem mais de plantar seu próprio alimento, e assim as mudanças dos ciclos sazonais nos passam quase que desapercebidamente. Porém, para nós, Pagãos, o resgate da observação das mudanças sazonais é vital, pois mudanças na Natureza representam mudanças em nossa própria vida, já que somos parte da Natureza também. Qualquer pessoa que siga a Wicca está afirmando sua convicção na sacralidade da Terra e, portanto, reconhecendo a dependência da Terra para nossa própria sobrevivência. Hoje, é claro, o estilo de vida da maioria das pessoas faz com que estas não percebam os ciclos existentes na Natureza e a importância da observação da germinação, do crescimento e da deterioração, mas isso não significa que eles não existam. Um Bruxo procura sempre conectar a Natureza em todas as suas manifestações, não só observando a Natureza, mas também sentindo o fluxo dela em nós e as mudanças provocadas no cotidiano através dela. Os mistérios da Deusa e do Deus e seus diferentes aspectos estão contidos em cada estação. A Roda do Ano simboliza a história ancestral da Deusa e do Deus e o ciclo de morte e renascimento do seu Filho e Consorte, simbolizado pelo próprio Sol. A Roda do Ano Wiccana possui dois significados distintos: a Roda da Celebração da Natureza e a Roda da Iniciação. Como uma Roda da Iniciação, ela expressa os ensinamentos dos Antigos através das estações, pois os Deuses e a Natureza são um só. Explorando os mistérios das estações, estamos na realidade penetrando nos mistérios mais profundos da Deusa e do Deus. Como uma Roda de Celebração, a própria Deusa diz: Que minha adoração esteja dentro do seu coração, pois todos os atos de amor e prazer são meus rituais.. Dance, cante e festeje, faça música, tudo isso em meu elogio. Todos os Covens e Wiccanos se reúnem nos dias de Sabbats para celebrar a Deusa e as bênçãos que Ela concede à Terra através das mudanças das estações. A Roda do Ano é composta de oito festividades distintas, porém interligadas; os Equinócios e Solísticios são chamados de Sabbats Menores e marcam a trajetória do Sol pelo céu. Os outros quatro festivais fixados em datas pré-determinadas são chamados de Sabbats Maiores e celebram o ciclo agrícola da Terra, marcando a semeadura, o plantio e a colheita. Os nomes dos Sabbats variam de Tradição para Tradição, mas os mais comuns são:

  • Samhain: Celebrado no dia 1° de maio no hemisfério Sul e no dia 31 de outubro no hemisfério Norte.
  • Yule: Celebrado por volta do dia 21 de junho no hemisfério Sul e por volta do dia 21 de dezembro no hemisfério Norte.
  • Imbolc: Celebrado no dia 1º de agosto no hemisfério Sul e no dia 2 de fevereiro no hemisfério Norte.
  • Ostara: celebrado por volta do dia 22 de setembro no hemisfério Sul e por volta do dia 21 de março no hemisfério Norte.
  • Beltane: Celebrado no dia 31 de outubro no hemisfério Sul e no dia 1º de maio no hemisfério Norte.
  • Litha: Celebrado por volta de 21 de dezembro no hemisfério Sul e por volta do dia 21 de junho no hemisfério Norte.
  • Lammas: Celebrado no dia 2 de fevereiro no hemisfério Sul e no dia 1º de agosto no hemisfério Norte.
  • Mabon: Celebrado por volta do dia 21 de março no hemisfério Sul e por volta de 22 de setembro no hemisfério Norte.

Os Sabbats são divididos em duas categorias: Sabbats Maiores: Samhain, Imbolc, Beltane e Lammas e Sabbats Menores: Yule, Ostara, Litha e Mabon.

É importante ter em mente que os Sabbats são celebrações de um tempo no ano e não de uma data. A maior parte dos livros encontrados sobre Bruxaria foi escrita por autores do hemisfério Norte, o que torna correto então dizer que Beltane é a celebração da Véspera de maio. As pessoas do hemisfério Norte vão automaticamente deduzir que "Beltane é o término da Primavera, pouco antes de o Verão atingir sua ascensão". É claro que se Beltane for comemorado no hemisfério Sul no dia 1º de maio estaremos , quase ingressando no Inverno, o que sazonalmente seria incorreto. Sendo assim, devemos estar atentos quanto às datas dos Sabbats. Não podemos cair no mesmo erro de outras religiões, que não vêem nenhuma conexão particular entre a humanidade e o ambiente, e por isso, por exemplo, não acham contraditório celebrar a Páscoa no Outono ou o Natal de Verão. A celebração da vida, da Natureza e a conexão com as passagens das estações são muito importantes para nós, Bruxos, onde quer que vivamos. Esta é a essência da Wicca! O Ano Wiccano começa e termina em Samhain, a celebração feita em homenagem aos mortos, quando o véu que separa o mundo dos homens do mundos dos Deuses se torna mais fino. O Solstício de Inverno vem logo em seguida, e nele celebramos o renascimento do Sol; aproximadamente seis semanas depois celebramos Imbolc, com os priemiros sinais da luz, quando a Primavera se aproxima. Logo após Imbolc, em torno do dia 22 de setembro, festejamos Ostara e a chegada da Primavera e, em seguida, Beltane é comemorado, e a União da Deusa e do Deus é celebrada. Em torno de seis semanas após Beltane, celebram-se Litha e a chegada do Verão, onde o sol alcança seu apogeu, mas começa automaticamente o seu declínio. Logo depois, vem Lammas com a celebração das primeiras colheitas e o grão renascido que será ceifado. Por volta de 22 de março, chega então Mabon e a segunda colheita é festejada. Aproximadamente depois de seis semanas chega novamente Samhain e a Roda do Ano termina seu ciclo e recomeça uma vez mais de forma ininterrupta.

Sabbats Maiores

Sabbats Menores

Samhain - A Morte do Deus (31 de outubro no hemisfério Norte & 1º de maio no hemisfério Sul)

Yule - O Nascimento da Criança da Promessa (21 de dezembro no hemisfério Norte & 21 de junho no hemisfério Sul

Imbolc - A Promessa da Primavera (2 de fevereiro no hemisfério Norte & 1° de agosto no hemisfério Sul)

Ostara - A Terra Desperta (21 de março no hemisfério Norte & 21 de setembro no hemisfério Sul)

Beltane - Os Amantes se Enlaçam (1º de maio no hemisfério Norte & 31 de outubro no hemisfério Sul)

Litha - Movimento de Alegria e Regozijo (21 de junho no hemisfério Norte & 21 de dezembro no hemisfério Sul)

Lammas - O Sacrifício do Pai (2 de fevereiro no hemisfério Sul & 1º de agosto no hemisfério Norte)

Mabon - A Segunda Colheita (21 de março no hemisfério Sul & 22 de setembro no hemisfério Norte)

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